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Brexit: Mais de 100 mil pessoas esperadas em Londres numa marcha por novo referendo

Foto REUTERS/Peter Nicholls
Foto REUTERS/Peter Nicholls

Mais de 100 mil manifestantes são esperados numa “Marcha pelo Futuro” no sábado, partindo de Hyde Park em direção ao parlamento britânico, para reivindicar um referendo sobre o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.

O ‘mayor’ de Londres, Sadiq Khan, a cozinheira Delia Smith e a empresária e membro do painel do programa de TV Dragon’s Den, Deborah Meaden, são algumas das personalidades que deram o seu apoio ao evento.

A manifestação vai começar junto ao Hyde Park pelas 12:00 horas e desfilar até à praça do Parlamento, em Westminster, onde vários oradores deverão discursar a partir das 14:00 horas.

Na origem deste protesto está a campanha “People’s Vote’, que reivindica um Voto Popular ao resultado das negociações para o ‘Brexit’ por acreditarem que o resultado será muito diferente do obtido com a campanha para o referendo de 2016 que determinou a saída britânica da UE.

O Voto Popular é uma campanha promovida por várias organizações, incluindo Open Britain e Britain for Europe, que argumenta que um novo referendo é do interesse tanto de quem votou contra como a favor do ‘Brexit’.

“Ninguém votou para tornar este país pior, causar desemprego, prejudicar o NHS [Serviço Nacional de Saúde], afetar o futuro de milhões de jovens ou aumentar a divisão neste país. Quanto mais claro se torna o acordo final sobre o ‘Brexit’, mais claro está que não fará nada para melhorar a justiça social, reduzir a desigualdade, melhorar a nossa qualidade de vida ou criar um futuro melhor para as gerações futuras”, referem no apelo à participação na manifestação.

Uma petição iniciada pelo diário The Independent já foi assinada por quase um milhão de pessoas e o apoio público tem vindo a crescer, contando com o empenho de deputados como o trabalhista Chuka Umunna, as conservadoras Tory Sarah Wollaston e Anna Soubry, o líder dos Liberais Democratas, Vince Cable, e a deputada do partido Verde, Caroline Lucas.

Outras personalidades favoráveis incluem a atriz Lena Headey, o cantor Bob Geldof, o escritor Michael Morpurgo, o compositor e comediante Tim Minchin, os atores Dominic West e Patrick Stewart e o antigo futebolista Jamie Carragher.

Vários, como o milionário co-fundador da marca de roupa Superdry, Julian Dunkerton, o escritor Ian McEwan ou os antigos ministros do partido Trabalhista David Miliband e Peter Mandelson contribuíram com dinheiro para pagar autocarros para transportar pessoas de fora de Londres.

Embora prefira eleições legislativas para permitir que o “Labour” seja eleito e tome conta das negociações, o líder, Jeremy Corbyn não exclui apoiar um novo referendo, algo que 86% dos militantes do principal partido da oposição defendem, segundo uma sondagem divulgada em setembro.

Outros partidos da oposição defendem um “Voto Popular”, como os Liberais Democratas e o Verdes, enquanto que o Partido Nacionalista Escocês condiciona o seu apoio à possibilidade de um novo referendo sobre a independência do país.

As negociações para um acordo de saída ordenada do Reino Unido da União Europeia estão atualmente num impasse devido à dificuldade em encontrar um entendimento para a fronteira entre a província da Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse na quinta-feira estar a considerar prolongar o período de transição entre a saída da UE e a entrada em vigor de um acordo que regule as relações entre o Reino Unido e o bloco comunitário para além de dezembro de 2020.