Madeira

Jardim recorre ao Tribunal Europeu para não indemnizar Gil Canha

Reportagem do incidente no Tecnopólo que deu origem ao processo.
Reportagem do incidente no Tecnopólo que deu origem ao processo.

O antigo presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, afirmou, hoje, num “esclarecimento”, que “é política” a sentença da juíza Cátia Santos que, há uma semana, o condenou a pagar 4 mil euros ao deputado independente Gil Canha e garantiu que nesta situação “o foguetório terá de ser adiado para Estrasburgo”, numa implícita referência a um recurso para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

Conforme o DIÁRIO noticiou hoje na edição impressa, em Março de 2015 o juízo local cível do Funchal do tribunal da Comarca da Madeira condenou Jardim e o antigo dirigente da JSD Marco Freitas a pagarem, cada um, 4 mil euros ao ex-representante do PND devido a um incidente ocorrido a 7 de Outubro de 2009, numa inauguração no Tecnopólo, no qual ex-presidente ordenou a alguns jovens da JSD para que abrissem uma faixa com a frase «Canha foge para o Brasil! A justiça venezuelana te procura...». Jardim recorreu para o Tribunal da Relação de Lisboa, que ordenou à juíza da primeira instância que fundamentasse melhor a matéria de facto, o que se verificou numa sentença assinada na passada quarta-feira por Cátia Santos.

Numa reacção a esta notícia, o ex-chefe do executivo madeirense divulgou esta tarde um “esclarecimento” no qual define esta acção cível como “um processo político que ainda é possível na actual situação na República Portuguesa”. Apesar de ter perdido a primeira instância, com uma “sentença de uma senhora juíza que já não se encontra por cá”, Jardim deixa claro que vai esgotar todos os recursos para evitar pagar a Gil Canha: “A decisão caberá ainda ao Tribunal da Relação. Logo, ainda é cedo para os foguetes. Porque sempre que se verificar que o subjacente a um processo, é política, o foguetório terá de ser adiado para Estrasburgo”.

Jardim aproveita ainda para criticar “o diário dos Blandys”. “Como se sabe e pelos motivos óbvios professamos mútua hostilidade”, acrescenta o ex-governante.