Madeira

Cafôfo espera que geringonça de direita não cause “bloqueios”

Miguel Silva Gouveia sobe a vice-presidente do executivo que conta com dois novos vereadores: Bruno Martins e João Pedro Vieira

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O presidente da Câmara Municipal do Funchal (CMF) apresentou esta manhã aos vereadores o novo elenco que compõe o executivo. Paulo Cafôfo lançou as prioridades para o mandato que agora começa, abriu a porta ao diálogo com a oposição e fez votos para que não haja “bloqueios” na Assembleia Municipal onde a coligação ‘Confiança’ perdeu a maioria.

“É claro que o contexto político é diferente. Nós temos maioria absoluta na Câmara, não temos na Assembleia Municipal”, referiu Paulo Cafôfo após a reunião de câmara desta segunda-feira.

“O presidente da Assembleia não foi da lista mais votada mas isso não significa que não tenha legitimidade para o ser, face aos acordos - com toda a incoerência, mas isso a cada um diz respeito – que foram realizados para que essa votação fosse possível e essa lista sair vencedora - nós respeitamos, nós aceitamos e continuaremos sempre com a nossa postura de diálogo e de negociação. Não fazemos por obrigação, mas por convicção”, declarou o presidente reeleito.

Diálogo, concertação e pro-actividade estarão presentes na postura que a autarquia terá com Mário Rodrigues, candidato do PSD que agora sobe ao lugar de presidente da Assembleia Municipal do Funchal. “Iremos dialogar, concertar acções para que a cidade e os funchalenses saiam beneficiados”, referiu Cafôfo.

O presidente espera que a ‘geringonça’ de direita não lance areia à engrenagem da geringonça de esquerda e obstaculize a máquina executiva. “Estou certo que as pessoas quando votaram não o fizeram para que existissem bloqueios, não votaram para que existissem obstáculos políticos que não o único interesse das pessoas”, nota Paulo Cafôfo, deixando o recado à oposição, em vésperas do debate da revisão do Plano Director Municipal e do Orçamento para 2018.

O presidente da CMF anunciou as matérias prioritárias para o actual mandato e enumerou a reabilitação urbana e a habitação social, com a prossecução do projecto amianto zero, onde pretende investir 15 e 10 milhões de euros, respectivamente.

Na área da educação e apoio à juventude, destacou os manuais escolares grátis para todos os três ciclos do Ensino Básico ou as bolsas de estudo para os estudantes universitários.

Ao nível da qualidade de vida e do desenvolvimento, prometeu “reduzir as assimetrias entre as zonas altas e baixas do concelho”, de modo que o desenvolvimento se processe a “uma só velocidade” também porque “não pode haver zonas ricas e zonas pobres”.

Na reunião de instalação da Câmara Municipal do Funchal de manhã desta segunda-feira, foi aprovado o regimento e a delegação de competências, ficando a conhecer-se a distribuição de pelouros entre os vereadores executivos.

Assim, Paulo Cafôfo será responsável pela coordenação política geral da autarquia, pela articulação da Câmara com as Juntas de Freguesia do concelho e pelas áreas de Desenvolvimento Económico, Turismo e Cultura.

A tutela da vice-presidência transita de Idalina Perestrelo para Miguel Silva Gouveia no mandato que agora começa, vereador que terá também o pelouro das Finanças e Contratação Pública, Obras Municipais, Águas e Modernização administrativa.

A vereadora Idalina Perestrelo mantém-se com o Ambiente, gestão de Espaços Verdes, Ciência, Protecção Animal e Cemitérios Municipais.

Madalena Nunes fica encarregue pelas áreas da Educação, Desenvolvimento Social, a empresa municipal ‘Sociohabita’ e ainda com as questões de Igualdade de Género.

O vereador Bruno Martins entra na composição do executivo e terá como pelouros o Urbanismo, Planeamento e Trânsito, pastas que no anterior mandato eram assumidas por Domingos Rodrigues, que está de saída do elenco municipal.

A autarquia terá um outro vereador com pelouro atribuído. Trata-se de João Pedro Vieira que terá a tutela da Protecção Civil Municipal, Juventude e Desporto, Fiscalização Municipal, Mercados e Democracia Participativa.