Madeira

BE defende incentivos para um maior uso do transporte colectivo público

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O Bloco de Esquerda (BE) defende incentivos para um maior uso do transporte colectivo público e o desincentivo do uso do transporte individual.

“O incentivo fundamental é o preço que é elevado, é necessário baixar o preços dos transportes públicos, para que as pessoas a ele recorram mais e deixam o carro em casa”, disse Paulino Ascencão, coordenador do BE, referindo que “os preços dos estacionamentos na cidade não devem baixar, como fez a câmara do Funchal, pois isso é um sinal em sentido contrário ao desejável do maior uso dos transportes públicos”.

Palino Ascenção afirmou que se fala no ‘bilhete corrido’ entre o Porto Santo e o continente para o avião, que apoia, mas também faz sentido um bilhete corrido para quem vem de fora do Funchal e precisa de se deslocar no transporte público (na cidade) para chegar ao seu trabalho.

“Uma pessoa que venha do Porto da Cruz tem de comprar dois passes, vai suportar um custo mensal de quase 200 euros, ora isto é um terço do salário mínimo nacional, é demasiado e é necessário o Estado (a Região) dar mais subsídios aos transportes, não há outra maneira”, acrescentou.

O ‘bloquista’ disse que na Estónia temos uma experiência de transportes públicos gratuitos, sendo que depois de uma experiência na capital, que durou cinco anos e com sucesso, o transporte gratuito foi alargado a todo o país.

“Esta experiência está a ser estudada por outras cidades europeias e aqui também deve ser estudada”, frisou e acrescentou: “Quando temos o PSD e o Governo Regional a defender que não haja limites para o valor do subsídio de mobilidade para irmos de avião ao continente e, ao mesmo tempo, nas propostas que apresenta para o transporte público rodoviário vem defender que deve ser auto-sustentável – que os passageiros devem pagar o custo total do autocarro – ora isto não faz sentido e é contraditório”.

Na sua opinião, faz sentido subsidiar o transporte público para as pessoas chegarem ao seu trabalho no dia a dia, é uma necessidade fundamental.

“É preciso mais equilíbrio entre o montante de subsídios aos transportes públicos e à mobilidade aérea, que também faz sentido existir”, realçou, acrescentando que “o transporte marítimo de passageiros (ferry) – que já existiu sem receber apoios públicos – e agora vai receber três milhões para funcionar durante três meses, que é o montante das ajudas a Horários do Funchal recebe por ano, aqui também está desequilibrado”.

No seu entender, se o Governo Regional e Miguel Albuquerque vêem razões para processar a TAP pelos prejuízos que causa à Madeira, “é extraordinário como é que não vê razões para processar a Empresa de Navegação Madeirense, pelos preços absurdos que pratica no transporte da carga no ferry em que é sete vezes mais caro vir uma carrinha de Portimão para o Funchal que em sentido contrário”.