O movimento de consciencialização conhecido por ‘Outubro Rosa’ nasceu nos Estados Unidos da América com o intuito de mobilizar para a luta do cancro da mama e sensibilizar para a prevenção e diagnóstico precoce. Desde então, a cor rosa é utilizada para homenagear as mulheres com cancro da mama.
O cancro da mama é um dos tipos de cancro mais comum entre as mulheres e, nos dias de hoje, representa a primeira causa de morte por cancro, na mulher. É uma das doenças com maior impacto na sociedade, não apenas por ser muito frequente, mas também por afectar um órgão com simbolismo, na maternidade e na feminilidade.
Segundo o site da Liga Portuguesa Contra o Cancro, em 2022, no nosso país, estima-se que cerca de 9000 mulheres tenham sido diagnosticadas com cancro da mama e mais de 2000 tenham morrido com esta doença. Ainda que este tipo de cancro seja mais incidente na mulher, cerca de 1 em cada 100 cancros da mama desenvolvem-se no homem.
Quais são os factores de risco?
As causas exactas do cancro da mama ainda não são conhecidas, mas existem alguns factores de risco que importa conhecer, tais como:
- Idade (80% de todos os tipos de cancro da mama ocorre em mulheres com mais de 50 anos);
- Uma mulher que já tenha tido cancro numa das mamas tem maior risco de desenvolver esta doença na outra;
- Excesso de peso;
- Consumo excessivo de tabaco e álcool.
Em que consiste o rastreio do cancro da mama e qual a sua importância?
O rastreio do cancro da mama é uma medida de saúde pública, com o objectivo de detectar precocemente alguma alteração da mama, permitindo ter melhores resultados com tratamentos mais eficazes, menos agressivos e invasivos.
Este rastreio utiliza uma imagem de raios-x denominada mamografia que permite chegar ao tecido mamário e é capaz de identificar cancros demasiado pequenos para serem ‘sentidos’. Quanto mais cedo for realizado este exame, mais eficaz será o tratamento, caso seja detectada alguma anomalia. Actualmente, é o único método de rastreio comprovado que ajuda a prevenir a morte por cancro de mama.
A quem se destina este rastreio?
Este exame destina-se a pessoas do sexo biólogico feminino sem sinais nem sintomas de doença mamária, com idade compreendida entre os 45 e 74 anos e que estejam inscritas numa unidade de saúde de cuidados de sáude primários.
São excluídas deste rastreio as pessoas que tenham feito uma mastectomia (cirurgia de remoção da mama) ou que tenham um diagnóstico prévio de cancro da mama. Contudo, existem outros motivos que, de forma temporária, impedem a realização deste exame, tais como próteses mamárias, processos inflamatórios activos da mama, gravidez ou aleitamento materno e incapacidade física, que impossibilitam a realização da mamografia.
De quanto em quanto tempo devo realizar este exame?
Mesmo que não apresente alterações na mama, a partir dos 45 anos, é importante realizá-lo de 2 em 2 anos. No caso de ter algum sinal ou sintoma no intervalo destes 2 anos deverá consultar de imediato o seu médico assistente.
O rastreio previne o cancro da mama?
É importante salientar que o rastreio não previne o cancro da mama mas ajuda a identificá-lo caso ele já exista. Existem alguns cancros particularmente difíceis de detectar nas radiografias e a mamografia é uma das formas mais fiáveis de detectar este tipo de cancro atempadamente.
E se o meu teste de rastreio der positivo?
O site do SNS explica que uma em cada 14 pessoas rastreadas tem um resultado positivo e, por isso, são chamadas para uma consulta de avaliação onde são feitos exames complementares que permitem o esclarecimento do resultado do rastreio. Se após a realização da consulta médica e dos exames complementares as suspeitas de cancro se mantenham, será encaminhado para um hospital.
Se diagnosticado e tratado atempadamente, o cancro da mama tem uma taxa de cura superior a 90%. A prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais para o aumento da sobrevivência e manutenção da qualidade de vida da mulher.