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Porto recebe cimeira que quer “dar pistas” para reduzir plástico no planeta

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“Planeta ou Plástico?” é a pergunta/tema da terceira edição da National Geographic Summit, a primeira no Porto, em abril, para falar sobre a poluição causada pelos plásticos e dar “pistas de ações” que a minimizem, revelou a organização.

“Este ano, decidimos centrar-nos na problemática dos plásticos descartáveis. Ainda há muito a fazer, mas vale a pena continuar a insistir. Queremos mostrar o que temos para proteger, apresentar o problema, mas também transmitir a mensagem positiva de que é possível revertê-lo, mostrando o que cada um pode fazer e dando pistas para ações concretas”, explicou Luís Fernambuco, diretor-geral da National Geographic em Portugal, em declarações à Lusa.

A conferência de dia 29 de abril, na Casa da Música, vai contar com a presença de Brian Skerry, fotógrafo subaquático, Lucy Hawkes, investigadora sobre a perspetiva dos animais relativamente à poluição dos oceanos, Paula Sobral, especialista em lixo marinho, Jamie Butterworth, que vai falar sobre economia circular, Lauren Singer, adepta do estilo de vida “desperdício zero”, e Ana Milhazes, embaixadora do movimento Lixo Zero Portugal.

De acordo com os organizadores, “Ouvir o planeta a partir do Porto” é o mote para esta edição da cimeira, para levar os portugueses a “refletir sobre a opção de escolher entre o futuro do planeta ou a continuação da utilização de plástico descartável”.

Atualmente, a cada ano, “nove milhões de toneladas de lixo acabam no oceano”, estimando-se que aí permaneçam “por mais de 450 anos”.

De acordo com o diretor-geral da National Geographic em Portugal, esta é a primeira cimeira a sair de Lisboa, mas também a primeira a se centrar num tema tão concreto.

“Tentamos construir narrativa. Primeiro, mostrar o que está em causa, por isso teremos o fotografo subaquático Brian Skerry, para mostrar as maravilhas do fundo dos oceanos, ou seja, o que temos de proteger. Depois, vamos apresentar o problema e dar perspetiva do que pode ser feito”, observou Luís Fernambuco.

Brian Skerry é “um dos principais fotógrafos subaquáticos do mundo” e “uma das principais vozes da conservação marinha”, segundo os organizadores.

As suas imagens premiadas “mostram as condições adversas sob as quais as espécies marinhas se encontram e oferecem esperança para a proteção da vida nos oceanos”, acrescentam.

Lucy Hawkes será outra das participantes. A sua investigação foca-se nas migrações feitas pelas aves e algumas espécies marinhas, pelo que vai apresentar “a perspetiva dos animais relativamente à poluição dos oceanos através do plástico”.

A cimeira conta ainda com a bióloga Paula Sobral e Jamie Butterworth, responsável pela gestão de investimentos na ‘Circularity Capital’, que vai falar sobre a economia circular.

Do painel de oradores faz ainda parte Lauren Singer, uma bloguer que vive em Nova Iorque e vai partilhar a sua experiência de um estilo de vida com “Desperdício Zero”, sem produzir lixo.

Esta primeira saída do evento da capital portuguesa é justificada pelo diretor-geral com o facto de o mesmo ter sido criado “com a intenção de que pudesse viajar e não ficasse fixo em Lisboa”.

O responsável lembra que a primeira Summit da National Geographic de Portugal, em 2017, foi também “a primeira vez que um evento do género se realizou fora dos Estados Unidos da América”.

Na altura, a visita a Portugal de Jane Goodall, especialista em chimpanzés, foi o que serviu de “desculpa” para a organização, que então reuniu uma plateia de 1.500 pessoas num “dia dedicado à proteção do planeta”.

Em 2018, a cimeira prolongou-se por dois dias, com 3.200 pessoas para assistir a uma “visão mais transversal” do “cosmos, da exploração do planeta, da terra, do espaço e da humanidade”.