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Maior vitória de Rio foi no Porto e a de Montenegro em Braga, Lisboa a mais renhida

FOTO Lusa
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A maior vitória de Rui Rio nas eleições directas de sábado para a liderança do PSD registou-se, em votos, no Porto, e a de Luís Montenegro aconteceu em Braga, enquanto Lisboa foi a mais renhida das grandes distritais.

De acordo com os resultados provisórios divulgados no sábado à noite pelo Conselho de Jurisdição Nacional (CJN) do PSD, o actual presidente, Rui Rio, obteve 15.301 votos, correspondentes a 49,44% dos votos expressos, enquanto o antigo líder parlamentar Luís Montenegro conseguiu 12.767 (41,26%) e o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais Miguel Pinto Luz 2.878 votos (9,3%), o que obrigará a uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados no próximo sábado.

Numa análise por distrito dos dados disponibilizados no site do PSD, Rio tem as suas maiores vitórias percentuais em Vila Real (63,9%), Viana do Castelo (61%) e Guarda (59,9%).

No entanto, em número de votos, a grande vitória de Rui Rio registou-se no Porto, a maior distrital do PSD (em número de militantes com quota válida para a actual eleição), onde conseguiu 3.592 votos (59,6% do total no distrito), vencendo com 1.456 votos de vantagem em relação a Luís Montenegro.

Já o antigo líder parlamentar social-democrata tem os seus melhores resultados percentuais em Leiria (58,6%, com uma vantagem de 276 votos para Rio), Lisboa Área Oeste (57,8%) e Castelo Branco (57,2%), mas é em Braga que conquista a vitória mais expressiva em votos.

Na terceira maior distrital do PSD (mas que na eleição de sábado foi a segunda em número de votantes), Montenegro consegue 2.485 votos e uma vantagem para Rui Rio de 353 votos, ainda assim menor do que a candidatura antecipava na recta final da campanha.

Na Área Metropolitana de Lisboa - segunda maior estrutura em inscritos, mas em que no sábado votaram menos pessoas do que em Braga - a disputa foi renhida: a vitória pertenceu, como esperado, ao antigo líder da distrital Miguel Pinto Luz, com 37,7% dos votos, e o segundo lugar para Montenegro (33% e 1.288 votos), mas com apenas 150 votos de vantagem em relação a Rui Rio, que ficou em terceiro na capital.

A outra distrital em que Rio ficou em terceiro foi em Setúbal, onde Pinto Luz também venceu, mas a diferença de votos entre os candidatos foi da ordem das dezenas.

Aveiro completa o leque das quatro maiores estruturas (em conjunto com Porto, Braga e Lisboa, que registavam mais de 57% dos militantes com quotas pagas) e, antes das eleições, tanto a candidatura de Rio como a de Montenegro antecipavam ganhá-la.

A vitória acabou por ser do actual presidente e por uma margem expressiva: Rio teve 2.116 votos (57,5% do total) e mais 593 votos do que Luís Montenegro.

No total do país, segundo os resultados provisórios anunciados pelo CJN, Rio teve mais 2.534 votos que Montenegro e, em termos de estruturas, venceu em 13, enquanto o antigo líder parlamentar ganhou sete e Pinto Luz duas.

O actual líder ganhou Porto, Aveiro, Bragança, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real, Santarém, Faro, Beja, Portalegre, Évora, Açores e Europa, enquanto Luís Montenegro venceu Braga, Leiria, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Lisboa Área Oeste e Fora da Europa.

Pinto Luz saiu vencedor na Área Metropolitana de Lisboa e em Setúbal, reclamando também vitória na Madeira, mas os votos da Região Autónoma não foram contabilizados.

Em relação a 2018, quando disputou as directas com Santana Lopes, Rio perdeu os distritos de Braga, Leiria e Viseu, mas ganhou estruturas em que não tinha vencido, casos dos Açores, Beja, Portalegre, Évora e Europa.

Fora da segunda volta ficou Miguel Pinto Luz - que garantiu que não irá declarar apoio a nenhum dos candidatos -, e a distribuição dos seus votos será importante sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa, onde teve 1.471 (37,7% do total), Setúbal (299 votos, 26%) e Porto (291 votos, 4,8%).

Para o resultado de dia 18 contará também o número de votantes, que no sábado foram 31.306, num universo de 40.604 inscritos, uma taxa de participação de 77,1%, a mais alta de sempre em percentagem em directas, apesar de ser a mais baixa em números absolutos de todas as eleições do PSD em que houve disputa.

Das quatro maiores distritais, foi em Lisboa que a taxa de participação foi menor - 68,5%, bem abaixo da média nacional -, enquanto em Braga e Aveiro votaram, respectivamente, 84,3% e 85,7% dos militantes inscritos.

Em relação a há dois anos, o universo eleitoral ‘encolheu’ cerca de 30 mil militantes (tinham sido 70.692), fruto das novas regras de pagamento de quotas, mas o número de votantes apenas diminuiu 11.349 (em 2018 votaram 42.655 militantes).

Na primeira volta das directas não foram contabilizados os votos de 13 secções onde o CJN considerou que se verificaram irregularidades: Amadora (Lisboa), onde estavam 309 militantes em condições de votar segundo o site do PSD, Alter do Chão (Portalegre), apenas com dez, e as 11 da Região Autónoma da Madeira, com um total de 104 inscritos.

Na eleição, registaram-se 219 votos em branco e 141 votos nulos.

A confirmarem-se estes resultados provisórios, com um total de 30.946 votos expressos - só estes contam na decisão de haver ou não segunda volta - Rui Rio ficou a 173 votos (0,56%) da maioria absoluta com que evitaria ir novamente a votos no dia 18.