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Fundação do Gil reduziu em 70 dias internamento de crianças com doenças terminais

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O projecto de Unidades Móveis de Apoio ao Domicílio em Cuidados Pediátricos Integrados (UMAD CIP) da Fundação do Gil conseguiu que 200 crianças passassem “menos 70 dias” no internamento de dois hospitais do Porto, revelou hoje a presidente.

“Este é um balanço muito positivo. Fizemos, em parceira com o Hospital de São João e o Centro Materno Infantil do Norte, 600 visitas domiciliárias, com uma redução de cerca de 70 dias de internamento. Mas, mais do que isso, é a importância que este projecto tem no apoio às famílias”, revelou Patrícia Boura, Presidente Executiva da Fundação do Gil.

Patrícia Boura, que falava à Lusa a propósito da apresentação dos resultados do primeiro ano do projecto UMAD CIP, que se realizou hoje, no Palácio do Freixo, adiantou que a acção, desenvolvida no âmbito da prestação de cuidados paliativos pediátricos ao domicílio, permitiu também a “aplicação de mais de 400 terapêuticas especializadas”.

“Mais do que dados quantitativos, que obviamente têm expressão e são importantes, são os dados qualitativos que permitem a melhoria da vida destas cerca de 200 crianças, a redução da ansiedade dos pais, a redução dos custos para a família e o aumento do bem-estar de todos”, apontou.

O projeto, que abrange, desde 2018, uma “equipa multidisciplinar” do Hospital de São João e do Centro Materno Infantil do Norte (CMIN) possibilitou ainda “20 adaptações a escolas” na inserção das crianças.

“Há aqui de facto uma melhoria da qualidade de vida e essa é a mensagem que queremos passar”, frisou Patrícia Boura.

Durante a sessão, além dos representantes da Fundação do Gil, estiveram também presentes membros dos dois hospitais do Porto, algumas das famílias que beneficiaram dos cuidados e ainda representantes de outros hospitais, algo que para a responsável é “bastante bom” na medida em que possibilita “partilhar o conhecimento e disponibilizá-lo para que o projeto seja replicado”.

“Nunca poderá ser a nossa aspiração estar em todos os hospitais do país, aquilo que tentamos fazer é criar um modelo que possa depois ser replicável. Mas, de facto, nestes 12 anos de projeto a UMAD ainda não foi replicada”, salientou.

À Lusa, Patrícia Boura adiantou que apesar da Fundação do Gil não ter “capacidade para estar em todos os hospitais do país”, está neste momento a trabalhar na sua “autossustentabilidade” e numa forma de “diminuir a dependência de terceiros” nos projectos que tem vindo a desenvolver.

Segundo a presidente executiva da associação, o objectivo para este ano, é alargar o projecto UMAD CIP aos hospitais de Lisboa.

“Alargamos no Norte porque eram as equipas que tinham formação para o fazer. Neste momento, o Hospital de Santa Maria está praticamente preparado, portanto vamos alargar o projecto aos hospitais de Lisboa. Já não faz sentido fazermos só o projecto em cuidados continuados, mas também em cuidados pediátricos integrados”, acrescentou.