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Associação da GNR diz que agressões a militares em serviço estão a aumentar

Foto NUNO VEIGA/LUSA
Foto NUNO VEIGA/LUSA

A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) lamentou sábado que o Governo “ainda não tenha considerado” os polícias como uma profissão de risco, sublinhando que cada vez mais os militares da GNR são agredidos em serviço.

“Há cada vez mais agressões e nada se tem feito para considerar a profissão de risco”, disse à agência Lusa o presidente da APG, César Nogueira, a propósito dos militares que na madrugada anterior ficaram feridos numa operação de fiscalização de trânsito no distrito de Coimbra.

O presidente da associação socioprofissional mais representativa da Guarda Nacional Republicana adiantou que tem colocado várias vezes a questão dos militares agredidos em serviço ao Ministério da Administração Interna, mas esta profissão “ainda não é considerada pelo Estado como de risco”.

“O ministro da Administração Interna afirma vária vezes que sente um carinho especial pela GNR, mas esse carinho não se sente no trabalho do dia a dia”, disse, dando como exemplo que um militar da GNR recebe menos 100 euros do que um agente da PSP.

Questionado sobre se a APG tem números de quantos militares da GNR foram agredidos nos últimos tempos, César Nogueira disse que a associação não tem esse dados, mas adiantou que foram “bastantes este ano e no ano passado”.

“Há cada vez mais militares da GNR que são agredidos em serviço”, insistiu, sublinhando que este aumento é “consequência do sentimento de impunidade de quem pratica as agressões”.

O presidente da APG defendeu penas mais pesadas para quem agride um agente de autoridade, salientando que, apesar de ser um crime público, a maioria das vezes tal não é considerado pelos tribunais.

César Nogueira disse também que há outras questões para explicar as agressões aos militares da GNR, como a falta de efetivo.

“Enquanto não houver mais elementos, é diferente fazer uma patrulha constituído por dois elementos do que fazer uma patrulha com quatro militares”, frisou.

O presidente da APG disse também que o caso registado hoje de madrugada é diferente, uma vez que foi utilizada arma de fogo e a maior parte dos militares da GNR são alvo de agressões físicas.

Os dois militares da GNR sofreram ferimentos ligeiros depois de terem sido “atingidos com disparos de arma de fogo” numa operação de fiscalização de trânsito, cerca das 1h10 de sábado no Itinerário Complementar 2 (IC2), junto ao posto de combustível da Repsol, na freguesia de Cernache.

Segundo a GNR, um dos militares foi transportado para o hospital.

César Nogueira contou que esta patrulha de dois militares se deslocava para uma operação de trânsito programada pela GNR, mas no percurso teve de fazer a fiscalização a uma viatura.

Enquanto os militares estavam a ver os dados do carro, os ocupantes puseram-se em fuga e disparam tiros.

O presidente da APG disse ainda que os dados da viatura em fuga são conhecidos e que havia três ocupantes.