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Nós ou eles

Todas as escolhas, têm uma consequência. A escolha que faremos nas próximas eleições, não será diferente. Mais do que partidos ou pessoas, em Setembro, escolheremos entre duas Madeiras – uma Região governada por madeirenses ou comandada por Lisboa. A escolha será entre nós ou eles. Em boa verdade, ser madeirense, sempre foi ser confrontado com essa decisão. Foi assim quando tentaram controlar a importação de farinha e, com isso, matar-nos à fome. Foi assim quando quiseram dominar a nossa produção de leite e, assim, lançaram milhares de madeirenses na pobreza. Em ambas vezes, não nos deixámos ficar. E por duas vezes, Lisboa viu-se obrigada a enviar forças militares para a Madeira para nos calar. Mas a repressão tinha os dias contados. A partir do 25 de Abril, ou pouco tempo depois, passámos a ser nós a decidir o futuro da nossa terra. Levámos estrada, onde antes a mesma não chegava, levámos água, onde antes não havia, e levámos eletricidade, onde antes se estudava à luz do candeeiro. Não fizemos tudo bem, é certo, mas só não erra quem não faz. E nós fizemos. E isso é o que eles não suportam. Que quem nasceu e vive nesta ilha saiba o que é melhor para si e para os seus, e não precise de preleções de quem, porventura, nunca sequer veio à Madeira. Mas eles insistem e, embora já não enviem militares, estão mais obcecados que nunca. Agora prometem-nos que trarão para a Madeira as maravilhas do ajuntamento de partidos que governa o país. A mesma geringonça que gastou o nosso dinheiro para nacionalizar a TAP, mas que agora diz aos madeirenses que não pode fazer nada quanto ao preço das viagens. A geringonça que culpa as longas filas de espera nos serviços públicos, nos utentes que chegam demasiado cedo à porta. A geringonça que se dizia defensora dos trabalhadores, mas que abriu guerra a professores, médicos e enfermeiros. E se não bastasse o Partido Socialista, uma geringonça madeirense teria a governar os destinos da Madeira o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista. Os mesmos que apoiaram um tribunal popular a julgar menores, que tentaram ocupar casas que não eram suas e que quiseram nacionalizar toda a nossa economia. Isto não é ficção. É história e bem recente. É com o peso desta responsabilidade nos ombros que seremos chamados a escolher. Madeira ou Lisboa? Nós ou eles?