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Alguns Autarcas da Câmara do Funchal ficaram mal na fotografia

Não sou comentador político, nem me pagam para tal, mas nem por isso fico alheio ao que se passou durante as comemorações dos 510 anos da cidade do Funchal.

Resumidamente, vou tentar explicar o porquê, admitindo que a apreciação possa ser exagerada, mas não deixa de ser sintomático a forma como alguns autarcas invocam determinadas palavras nos discursos produzidos durante as comemorações do dia da cidade. Normalmente, não é esse o comportamento destes ilustres representantes da sociedade funchalense.

E não sou eu a dizer. Ora, antes de começar esta breve conversa, creio não ser difícil imaginar quantos autarcas já disseram semelhantes “falas”, porventura com mais eloquência e oportunidade e foram muitos. Contudo, oxalá a nossa voz como munícipes não desafine o coro dos que desejam aproximar os cidadãos uns dos outros e, consequentemente, fortalecer a união dos funchalenses.

Mas, senhores autarcas, deixem-me que vos fale um pouco daquilo que ficou a margem dos vossos discursos completamente vazios, de ódio, de ressabiamento e tentar misturar alhos com bugalhos e baralhar eleições regionais com a vida autárquica é, no mínimo pouco honesto intelectualmente, tenha-se a posição que se tiver partidária e nós como cidadãos e munícipes desta importante cidade agradecemos.

Não interessa aqui entrar em questões políticas até porque há temas e respostas que são difíceis de acreditar, pois continuam a existir muitas confusões em relação àquela que a democracia de facto é, assim como aqueles que são os direitos de cada cidadão.

E digo isto, porque a democracia não é, nunca foi, nem será, jamais, uma espécie de estatuto em que o indivíduo faz, diz, ou age, como quer, como que impondo aos outros aquela que é a sua particular vontade.

De facto, senhores autarcas, entre tantas coisas que ficaram por esclarecer, a maior clareza que acabou por saltar à vista foram a falta de reconhecimentos de determinadas profissões e um total desconhecimento pelas carreiras, as quais passam pelas ruas da amargura como sejam a classe médica, enfermeiros, professores, bombeiros e polícias, e sobre estas classes nem uma palavra de apreço, nem uma palavra de conforto, lembrando que a segurança ocupa um lugar de destaque na lista de preocupações de quem habita um determinado espaço social.

E dada a singularidade do Funchal, que vê o seu desenvolvimento económico alavancado pelo sector do turismo, há sempre questões pertinentes, pelo que deverão ajudar a atual vereação a criar uma Polícia Municipal de carácter administrativo, para fazer face aos problemas específicos desta cidade.

No entanto, como em qualquer situação, é possível retirar alguns pontos positivos de toda esta caricata (e desajustada campanha eleitoral) que mais parecia um “ataque” eleitoral do que propriamente uma cerimónia alusiva ao dia da capital madeirense.

E era isto que eu gostava de dizer a determinados autarcas, e não mais, porque a verdade é que não merecem que nós munícipes estejamos tão revoltados com as palavras que proferiram e que mais não são do que verdadeiros atentados à idiotice por parte de pessoas a quem é dado tempo de antena na rádio, na televisão e nas próprias cerimónias, como foi o caso.

Nada disso, autarcas! O que o pessoal quer é atenção - coisa difícil de obter por estes dias. Querem quem os oiça, quem os perceba e resolva os problemas da cidade. Não é preciso concordar, mas ficaram mal na fotografia.