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Salvini insiste na recusa em acolher imigrantes bloqueados no Mediterrâneo

Foto Reuters
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O ministro do Interior italiano e líder do partido de da extrema-direita Liga Norte, Matteo Salvini, insistiu hoje na sua recusa em acolher os imigrantes bloqueados desde há dias no Mediterrâneo, contra o parecer dos parceiros de Governo.

“Não mudo de ideias e não o farei nunca. Ceder significaria reabrir as portas ao tráfico de seres humanos”, afirmou num vídeo na rede social Facebook, defendendo de uma política de portos fechados aos imigrantes resgatados por organizações humanitárias.

Salvini referia-se à situação dos barcos de organizações não governamentais (ONG) alemãs que esperam há dias um porto europeu e seguro para levar 49 imigrantes: o “Sea Watch 3”, com 32 a bordo, desde 22 de dezembro, e o “Professor Albrecht Penck”, com 17, desde 29 de dezembro.

Sobre o possível desembarque em Itália, Matteo Salvino, que também é vice-presidente do Governo italiano, declarou: “Nunca, jamais terão o meu ok, nem de nenhum ministro da Liga, embora possam dizer que é um facto excecional”.

Apesar desta posição, no programa “Porta a Porta, da televisão pública italiana RAI, o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, tinha expressado uma postura bastante distinta, de acolher as famílias.

“O importante é fazê-los desembarcar em Malta. Estamos a pedir a Malta que o permita, Há um limite a todo tipo de política de rigor”, acrescentou Conte.

“Não tem sentido manter no mar estas pessoas. Há um limite que não deve ser ultrapassado”, considerou.

Sobre este tema, o Movimento Cinco Estrelas e a Liga demonstraram contradições, uma vez que o primeiro quer acolher mães e crianças e a segunda rejeita abrir os portos.

No entanto, Conte sustentou que a tese de Salvini de impedir que as ONG desembarquem imigrantes em Itália “são partilhadas” pelo Executivo de coligação, embora tenha sublinhado que este caso é “excecional”.