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Países não precisam de ajuda internacional para criar confiança na governação

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O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde defendeu hoje, em Luanda, que os países não precisam de ajuda pública ao desenvolvimento nem de instituições internacionais financeiras para criar um quadro de confiança na governação.

Olavo Correia falava na apresentação do tema “Transferência de Competências para os Municípios e Gestão da Transição”, na II Conferência sobre Autarquias Locais em Angola, realizada em Luanda.

“Recai sobre nós, lideranças, nos nossos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) construir esse quadro de confiança, e não precisamos de nenhuma ajuda pública ao desenvolvimento, de nenhuma instituição - Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional - para criarmos nos nossos países um quadro de confiança”, disse o governante cabo-verdiano.

Olavo Correia frisou ainda que a confiança ajuda a que seja dado espaço aos talentos, para que “possam fazer coisas extraordinárias” nos países e assim fazer deles “espaços de felicidade e não espaços de pobreza e de frustrações da parte dos jovens que procuram outros países para emigrar”.

“Porque não temos condições dignas que devíamos ter nos nossos países e isso é um crime político que estamos a cometer, os países africanos, porque temos a obrigação de rapidamente pôr cobro a isto”, frisou.

Em declarações aos jornalistas, Olavo Correia lembrou que o poder local democrático foi instituído em Cabo Verde em 1992 e que tem dado um grande contributo ao processo de desenvolvimento daquele país lusófono.

“Penso que é incontornável que tenhamos um poder local eleito e um poder local democrático, aberto, perto dos cidadãos, mas que se responsabilize perante os cidadãos quanto aos resultados, mas também quanto à transparência na governação”, salientou.

Segundo o vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, foi feito até aqui “um percurso altamente positivo”, que deve ser olhado como um todo.

“Não pode ser um poder local com poderes diminuídos, tem que ser um poder local com poder total para poder servir as pessoas, na educação, na saúde, na segurança, nos transportes, no saneamento, no planeamento urbano e nós temos que ter confiança em como é possível fazer um melhor trabalho com um poder local mais bem capacitado, com recursos, com meios, com instrumentos, para servir o cidadão na proximidade e na sua localidade e para potenciar tudo aquilo que as localidades possam representar para os nossos países”, frisou.

“Portanto, penso que é por demais importante referir como a via do poder local, a via da descentralização e a via do município, uma via correta, uma via para o desenvolvimento, é uma via pró-democracia, uma via que vai permitir combater as assimetrias regionais e melhorar as condições de vida para as pessoas nas suas localidades”, acrescentou.