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Os pretendentes à sucessão de Theresa May

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A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou hoje a sua demissão perante a incapacidade de chegar a um acordo para o ‘Brexit’, a saída do Reino Unido da União Europeia.

Os pretendentes declarados ou possíveis à sua sucessão são os seguintes:

- Boris Johnson

É o grande favorito das casas de apostas e ativistas de base do Partido Conservador. O ex-prefeito de Londres disse que seria “naturalmente” candidato ao cargo de primeiro-ministro.

“Bojo”, de 54 anos, foi um dos grandes arquitetos da vitória do ‘Brexit’ no referendo de junho de 2016, e continua a ser a cara mais conhecida entre os defensores da saída da União Europeia.

Ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, criticou a estratégia de Theresa May nas negociações com Bruxelas e acabou por deixar o Governo para defender uma rutura clara com a UE.

Hábil e carismático, é popular junto dos militantes de base, mas menos entre os seus pares, que lembram várias vezes as suas ‘gaffes’ e um certo amadorismo.

- Andrea Leadsom

Fervorosa defensora do ‘Brexit’, a ministra encarregada das relações com o parlamento demitiu-se na quarta-feira, o que representou uma perda significativa para Theresa May.

Andrea Leadsom, de 56 anos, passou três décadas na City de Londres. Começou a tornar-se conhecida na campanha do referendo, quando era secretária de Estado da Energia, por defender com paixão a saída da UE sem perder a calma e o sorriso.

Candidatou-se, mas perdeu a corrida ao cargo de chefe do Governo, em 2016.

- Michael Gove

Ministro do Ambiente e defensor do fim dos plásticos, é um eurocético de 51 anos e desempenhou o papel de homem de confiança dos partidários do ‘Brexit’ no Governo de Theresa May.

Braço direito de Boris Johnson durante a campanha do referendo, “apunhalou-o” pelas costas em 2016, retirando o seu apoio enquanto se preparava para concorrer ao Governo, mas foi eliminado na votação dos membros do partido.

Pode aparecer como o ‘homem da situação’ graças à flexibilidade das suas posições.

- Jeremy Hunt

Com 52 anos, o ministro dos Negócios Estrangeiros apoiou a manutenção do Reino Unido na UE, tendo depois mudado de ideias por considerar que Bruxelas teve uma abordagem “arrogante” nas negociações.

Antigo empresário, fala fluentemente japonês e ganhou reputação como líder destemido, tendo sido ministro da Saúde e estado à frente, durante seis anos, do serviço público de saúde (NHS), em plena crise.

- Dominic Raab

Nomeado ministro do ‘Brexit’ em julho, demitiu-se quatro meses depois, em confronto com Theresa May sobre o acordo de saída da UE feito com Bruxelas.

Questionado sobre se se via em Downing Street, respondeu “nunca se diz nunca”.

Antigo advogado especialista em Direito Internacional, Dominic Raab, de 45 anos, é uma das figuras da nova geração dos Conservadores.

- Sajid Javid

Nomeado em 2018 para a liderança do ministério do Interior, Sajid Javid, de 49 anos, ganhou o respeito dos seus pares com a gestão do escândalo “Windrush” -- o tratamento dos imigrantes caribenhos que já estavam no Reino Unido desde 1948.

Admirador de Margaret Thatcher, o antigo banqueiro e filho de um motorista paquistanês, manifestou-se contra o ‘Brexit’ durante o referendo de junho de 2016 e continua a ser um eurocético.

- Amber Rudd

Eleita deputada em 2010, depois de uma carreira nas finanças e no jornalismo económico, acompanhou Theresa May na sua ascensão ao poder, apoio pelo qual colheu frutos, recebendo primeiro a pasta do Interior e depois a do Trabalho.

Conhecida por ser trabalhadora e eficiente, Amber Rudd, de 55 anos, pode ser prejudicada pela sua reputação de defensora da Europa.