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Ministros do novo Governo espanhol tomaram posse

FOTO EPA
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O novo Governo espanhol liderado por Pedro Sánchez, cujos ministros tomaram posse hoje perante o rei Felipe VI, terá 22 ministérios, mais cinco do que o anterior, e 28 secretarias de Estado, mais três.

O executivo formado pelo PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda) é o primeiro de coligação desde o início desta época democrática iniciada com a Constituição de 1978.

Felipe VI presidiu uma curta cerimónia de tomada de posse dos novos 22 ministros que incluem cinco titulares indicados pelo Unidas Podemos, cujo líder, Pablo Iglesias, será um dos quatro vice-presidentes.

O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, estabeleceu no domingo como objetivos do seu novo gabinete conseguir reformas sociais, um crescimento económico sólido e o “diálogo” com os separatistas da Catalunha.

Segundo a estrutura do Governo publicada hoje no diário oficial do Estado, há 22 ministérios, mais cinco do que no Governo anterior, o que é visto como uma necessidade para acomodar os responsáveis indicados pela extrema-esquerda.

Todos os ministérios terão secretarias de estado, excepto cinco: Agricultura, Pesca e Alimentação, Saúde, Ciência e Inovação, Defesa do Consumidor e Universidades.

Haverá ainda quatro vice-presidências, com o objectivo de “alcançar a máxima eficiência na acção governamental”, e Pedro Sánchez decidiu que a economia seria a prioridade, tendo surpreendido com a nomeação de vários titulares com perfil técnico.

Uma das quatro vice-presidências é atribuído a Nadia Calvino que se mantém responsável pela Economia espanhola, o que de alguma forma sossega os receios de Bruxelas sobre a necessidade de manutenção de uma política que respeite as regras económicas comunitárias.

Por outro lado, a nova titular dos Negócios Estrangeiros é Arancha González Laya, uma jurista especialista em comércio internacional que até agora dirigia o Centro de Comércio Internacional (ITC), um organismo conjunto da ONU e da Organização Mundial do Comércio (OMC) dedicado a esta área.

O Ministério das Relações Exteriores (Negócios Estrangeiros), União Europeia e Cooperação, será composto por quatro secretarias de Estado: Relações Exteriores; União Europeia; Cooperação Internacional e Cooperação para a América Latina e o Caribe; e Espanha Global (promoção de Espanha no estrangeiro).

A tomada de posse de Pedro Sánchez na semana passada e hoje dos seus 22 ministros põe fim a oito meses de paralisia política, em que o socialista liderou um executivo de gestão.

Pedro Sánchez conseguiu ser investido depois de ter negociado a abstenção dos 13 deputados independentistas catalães da ERC (Esquerda Republicana da Catalunha), aceitando a criação de uma “mesa de diálogo” para resolver “o conflito político sobre o futuro da Catalunha”.

O programa do Governo de coligação minoritário negociado entre socialistas e extrema-esquerda prevê o aumento dos salários mais baixos e dos impostos sobre as grandes empresas, assim como a reversão da reforma do mercado de trabalho aprovada em 2012 pelo Governo de Mariano Rajoy, do PP (Partido Popular, direita).