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Igreja Católica lamenta fracasso de processo de diálogo na resolução da crise na Venezuela

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A Igreja Católica venezuelana lamentou hoje o fracasso do processo de diálogo entre o regime de Nicolás Maduro e a oposição, representada pelo opositor Juan Guaidó, para encontrar soluções para a crise política, económica e social no país.

A posição da Igreja Católica foi divulgada aos jornalistas pelo cardeal Jorge Urosa Savino, arcebispo emérito de Caracas, que lamentou o fracasso das tentativas de diálogo na República Dominicana, em Barbados e na Noruega.

“Nós (Igreja) não nos metemos na questão partidária e político. Defendemos os direitos do povo, mas opomo-nos a que vá contra o interesse do povo”, disse.

O dirigente religioso acrescentou que o secretário-geral do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, enviou uma carta ao Governo do Presidente Nicolás Maduro com quatro condições “imprescindíveis” para a Igreja Católica para validar o diálogo, e que não se cumpriram.

“A restituição das faculdades da Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria), a entrada de ajuda humanitária para resolver a crise de fome, a libertação dos presos políticos e eleições equitativas e limpas. Estas condição não se cumpriram”, salientou.

Segundo Jorge Urosa Savino a igreja está preocupada com a “degradação geral do país” a distintos níveis.

Nesse sentido referiu que “um dos últimos problemas é o êxodo de professores” e por isso “há muitas escolas que perderam grande parte dos docentes, o que deixa os meninos sem ter quem os eduque em matérias importantes, técnicas e científicas, assim como a matemática”.

O cardeal questionou a decisão de Nicolás Maduro de preencher o êxodo e a falta de professores com jovens que não concluíram os estudos de nível secundário, ao abrigo do programa “Plan Chamba Juvenil” (Plano Trabalho Juvenil).

“É um suicídio para o país que não haja professores competentes. É difícil substituir um professor universitário com 15 ou 20 anos de experiência. É um problema complexo que se refletirá no futuro da Venezuela”, frisou.