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Forças de segurança dispersam protestos em Caracas

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Funcionários da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) dispersaram hoje vários protestos em Caracas, capital da Venezuela, entre eles o de dezenas de pessoas que reclamavam pelas falhas nos serviços públicos.

Perante o olhar de jornalistas e operadores de câmara, os funcionários tentaram deter um dos manifestantes, que foi tirado à força da polícia pelas pessoas que participavam no protesto

“Conseguimos tirar o cidadão que a PNB queria levar detido. Esta é uma demonstração de uma ditadura que tem medo”, explicou aos jornalistas o ex-conselheiro de Caracas Rogélio Díaz.

Em resposta ao que estava a suceder, outras dezenas de pessoas desceram dos edifícios para apoiar os manifestantes.

Noutro local de Caracas, a Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) impediu dezenas de reformados e aposentados de protestarem porque apenas recebem parcialmente o pagamento das pensões.

O protesto começou na Praça de La Moneda e as pessoas pretendiam chegar até à sede da Vice-Presidência da República, a pouco mais de uma centena de metros.

O vice-presidente da Federação de Reformados e Pensionistas, Carlos Júlio Rivera, declarou aos jornalistas que “o Governo não tem desculpa para dizer que não tem dinheiro” e que há idosos que já em 2018 não receberam os bónus (subsídios) de Natal.

Já Amparo Oviedo, da Federação de Reformados da Segurança Social, explicou que se trata de pessoas idosas, “muitas das quais estão sozinhas no país”, e que “precisam do dinheiro para comprar medicamentos e alimentos”.

Entretanto, em Chacaíto (leste de Caracas), dezenas de pessoas concentraram-se na Praça Brión, respondendo ao apelo feito pelo líder opositor Juan Guaidó, para que os venezuelanos protestem diariamente até conseguir uma mudança de regime no país.

Andrea Restrepo, do partido opositor Um Novo Tempo, referiu que programaram atividades em várias localidades e ações para sensibilizar os venezuelanos a participarem nos protestos.

No último sábado milhares de venezuelanos saíram às ruas de 22 dos 24 estados do país, segundo os organizadores, em apoio ao presidente do parlamento, Juan Guaidó, que apelou à população opositora a “manter-se nas ruas” até que consigam uma mudança de regime.

A oposição acompanhará na terça-feira os protestos de enfermeiros contra a crise hospitalar e os baixos salários, enquanto na quarta-feira será o dos professores.

Na quinta-feira, as forças que apoiam a oposição e as que apoiam o regime têm grandes marchas programadas, para assinalar o Dia do Estudante.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se em janeiro, quando o presidente do parlamento jurou assumir as funções de Presidente interino do país, até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e transparentes no país.