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‘Dieselgate’ motiva carta aberta de consumidores europeus à Comissão Europeia

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A falta de compensações, quatro anos depois, aos consumidores Volkswagen afectados pelo ‘Dieselgate’ motivou uma carta aberta à Comissão Europeia enviada por associações europeias, incluindo a Deco, de Portugal, apelando para um desfecho do caso.

“A Europa precisa de indústrias fortes, mas que assumam as suas responsabilidades”, lê-se na carta -- a que a Lusa teve acesso -- enviada à presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assinada pelo presidente da Euroconsumers, organização sem fins lucrativos formada por organizações europeias, como a Deco - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, a belga Test-Achats, a italiana Altroconsumo e a espanhola OCU.

As organizações, na carta, afirmam que a defesa dos consumidores afectados pela fraude da Volkswagen “só vai terminar quando estes forem compensados” e apelam a apoio “para virar esta página negra, pôr fim ao escândalo de emissões e pressionar” a Volkswagen a dar aos clientes a compensação a que têm direito.

Em Portugal, em Novembro de 2016, quase há quatro anos, a Deco avançou com um processo judicial contra a Volkswagen, na sequência do escândalo das emissões poluentes nos veículos a gasóleo da marca automóvel alemã.

Na altura, a associação afirmou, em declarações de Bruno Santos à Lusa, ter avançado com o processo devido “à diferença insuportável de tratamento entre consumidores europeus e norte-americanos”, depois de a Volkswagen ter disponibilizado dez mil milhões de dólares [cerca de nove mil milhões de euros] para compensações diretas pelos danos causados pela fraude.

A Deco apresentou a acção contra o fabricante alemão, a SIVA (importador português das marcas Volkswagen, Audi e Skoda), a Seat e a Volkswagen espanhola.

Do universo de marcas que representa (Volkswagen, Audi e Skoda), a SIVA calculava, na altura, existirem cerca de 102 mil veículos portugueses afectados.