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Coronavírus motiva reunião do Comité de Emergência da OMS

China aumenta para 571 número de pessoas infectadas

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O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.

Formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, o Comité de Emergência da OMS reuniu-se na quarta-feira sem chegar a um consenso sobre a matéria, pelo que decidiu voltar a reunir-se hoje.

A emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas preventivas a nível mundial e foi declarada para as epidemias da gripe H1N1, em 2009, dos vírus Zika, em 2016, Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018, e pólio, em 2014.

O novo coronavírus (família de vírus), que causa pneumonias virais, foi detetado na China em dezembro e já infetou mais de 500 pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.

Portugal já fez acionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse na quarta-feira a diretora-geral de Saúde (DGS).

Em Portugal foram ativados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.

Graça Freitas adiantou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infeções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China.

Além da China, com o maior número de infeções, vários outros países asiáticos, como Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Tailândia, e os Estados Unidos já reportaram casos.

O vírus em causa é transmitido entre animais e passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.

Os primeiros casos do coronavírus “2019 -- nCoV” apareceram na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral (infeção nos pulmões provocada por um vírus).

Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade.

Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais contaminados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.

China aumenta para 571 número de pessoas infectadas

As autoridades de saúde da China aumentaram para 571 o número de pessoas infetadas com o novo tipo de coronavírus, que já causou 17 mortes, informou hoje a agência de notícias estatal Xinhua.

A Comissão Nacional de Saúde da China disse que, até à meia-noite da quarta-feira, tinha contabilizado 571 casos confirmados em 25 províncias e regiões do país.

Na quarta-feira, as autoridades tinham registado 131 novos casos.

Até ao momento, os serviços de saúde chineses acompanham 5.897 pessoas que mantiveram contato próximo com pacientes infectados e, dessas, 4.928 estão em observação.

De acordo com a Comissão Nacional de Saúde da China, o período de incubação do vírus pode estender-se até 14 dias.

A Comissão Nacional de Saúde da China tinha já alertado que este novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infeções respiratórias em seres humanos e animais, “pode sofrer mutações e espalhar-se mais facilmente”.

Fora da China continental, foram confirmados casos da doença em Macau, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Japão, Tailândia e Estados Unidos.

Casinos podem fechar se situação piorar

O chefe do Governo de Macau disse hoje que o território encomendou 20 milhões de máscaras individuais de proteção no estrangeiro porque o produto está esgotado em alguns pontos na China devido ao vírus de Wuhan. Também admitiu que os casinos podem ser obrigados a fechar caso a situação de contágio se agravar no território devido ao coronavírus chinês de Wuhan.

Em conferência de imprensa, no dia em que a capital mundial do jogo diagnosticou uma segunda pessoa infetada com o vírus, Ho Iat Seng disse que o Governo não pode afastar essa hipótese, se o cenário se agravar.

Macau elevou no dia 05 de janeiro o alerta de emergência para o nível três, um grau de risco elevado que exige um acompanhamento mais apertado.

Desde então proibiu excursões de e para Wuhan, onde foi detetado o vírus, cancelou as comemorações do Ano Novo Lunar que deviam começar sexta-feira, está a proceder a desinfeções em locais públicos (mercados públicos, transportes) e obrigou funcionários que fazem atendimento ao público e trabalhadores dos casinos a usarem máscara.

O governante disse na mesma conferência de imprensa que o território encomendou 20 milhões de máscaras individuais de proteção no estrangeiro porque o produto está esgotado em alguns pontos na China devido ao vírus de Wuhan.

O chefe do Governo sublinhou que o território também já acautelou o reforço de máquinas de ventilação de apoio respiratório e de medicamentos, face ao vírus que já causou 17 mortes e mais de meio milhar de infetados.

As autoridades de Macau identificaram hoje uma segunda pessoa infetada com o novo tipo de coronavírus, um homem de 66 anos, que, à semelhança do primeiro caso, uma mulher de 52 anos, é também oriundo de Wuhan.

Atualmente em regime de isolamento, ambos os casos são considerados pacientes de alto risco.

O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Em Macau, que este ano recebeu quase 40 milhões de turistas e é um destino muito procurado pelos chineses no Ano Lunar, estavam programadas duas sessões da Parada de Celebração do Ano do Rato, um evento comemorativo do Festival da Primavera no primeiro dia das festividades, na sexta-feira, nas Ruínas de S. Paulo e no Largo do Senado, bem como um desfile do dragão gigante dourado.

Menos de 24 horas após a Direção dos Serviços de Turismo ter elencado uma série de medidas de prevenção para reduzir o risco de contágio, as atividades foram canceladas.

O mais de meio milhar de casos registados têm alimentado receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e Macau.