Mundo

Coreias começam a remover minas antipessoal junto da fronteira

Getty Images
Getty Images

As duas Coreias começaram hoje a remover as minas antipessoal da Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide os dois países, conforme acordado no pacto militar assinado no âmbito da recente cimeira entre os dois líderes.

De acordo com um comunicado emitido pelo Ministério da Defesa sul-coreano, as operações começaram hoje em torno da cidade fronteiriça sul-coreana de Cheorwon (90 quilómetros a nordeste de Seul) e ao lado da Zona de Segurança Conjunta, localizada no coração da DMZ.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, assinaram em meados de setembro uma declaração conjunta, que poderá ser importante para o futuro diálogo sobre a desnuclearização da península, entre Pyongyang e Washington.

Durante a cimeira, que durou três dias, os ministros da Defesa das duas Coreias, que tecnicamente continuam em guerra, assinaram ainda um histórico acordo militar, que reduz a possibilidade de se produzirem choques fronteiriços entre os respectivos exércitos.

De acordo com o documento, os dois países vão suspender -- a partir do dia 1 de Novembro -- as respectivas manobras junto à fronteira terrestre e eliminar 11 postos militares de fronteira até ao final do ano.

Os dois países vizinhos estão também a planear escavações conjuntas, de abril a outubro de 2019, para descobrir os restos mortais de soldados mortos nas proximidades de Cheorwon, onde ocorreram duas das mais sangrentas batalhas da Guerra da Coreia (1950-1953).

Acredita-se que restos de cerca de 300 soldados do Comando das Nações Unidas (UNC), contingente multinacional liderado pelos EUA e pela Coreia do Sul, que incluía tropas colombianas, permaneçam na área.

As duas Coreias vão estabelecer também uma zona de restrição aérea junto à linha de divisão e determinar uma zona junto à fronteira marítima em que vão ser proibidas manobras navais.

Na declaração conjunta assinada por Moon e Kim, Pyongyang compromete-se a tomar medidas para o encerramento da central norte-coreana de Yongbyon, considerada como o “epicentro” do programa nuclear, tal como ficou decidido na Cimeira de Singapura, mas colocou condições aos Estados Unidos, exigindo “medidas proporcionais aos EUA.

A declaração conjunta prevê também aumentar as trocas transfronteiriças no sentido do desenvolvimento económico comum e, em concreto, o empreendimento de ligações ferroviárias e rodoviárias antes do final do ano.

Por último, foi decidido promover reuniões de famílias separadas pela guerra (1950-1953), através de ligações vídeo e a abertura de um gabinete na cidade fronteiriça norte-coreana para que os civis dos dois países possam localizar familiares.