Mundo

China descreve manifestações no aeroporto de Hong Kong como “quase terroristas”

None Ver Galeria

O Governo chinês descreveu hoje as agressões a dois homens no aeroporto de Hong Kong por manifestantes antigovernamentais como atos “quase terroristas”, numa subida de tom de Pequim, que está a reunir soldados na fronteira.

“Condenamos veementemente esses atos quase terroristas”, afirmou Xu Luying, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e de Macau do Governo chinês, em comunicado.

Na terça-feira, o quinto dia de uma mobilização sem precedentes no aeroporto de Hong Kong, os manifestantes obstruíram a passagem que leva às áreas de embarque.

À noite, um homem suspeito de ser um espião chinês infiltrado, foi amarrado a um carrinho de bagagem, por um grupo de manifestantes e, mais tarde, levado pela ambulância.

O Global Times, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, disse ser um dos seus jornalistas.

Num outro incidente, um homem denunciado por um grupo de manifestantes como um polícia infiltrado foi atacado.

As forças de segurança tiveram que usar gás pimenta para dispersar os manifestantes.

O aeroporto de Hong Kong reabriu hoje depois de ter cancelado centenas de voos, na segunda e terça-feira, enquanto Pequim reforçou as suas ameaças de intervenção.

Imagens de satélite difundidas hoje mostram veículos do exército e da polícia chinesa reunidos em Shenzhen, cidade que faz fronteira com Hong Kong.

Um comunicado da polícia chinesa, difundido pela imprensa, informou que mais de 12 mil policias estão reunidos em Shenzhen, para exercícios antimotim.

“O exercício será realizado para aumentar o moral das tropas, praticar e preparar a segurança das celebrações e manter a segurança política nacional e a estabilidade social”, disse a polícia.

Hong Kong vive um clima de contestação social desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica, enquanto pedem a demissão de Carrie Lam e a eleição de um sucessor por sufrágio universal direto, e não nomeado pelo Governo central.