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‘Chefs’ dos melhores restaurantes de 2018 servem jantar de quatro horas em Nova Iorque

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Os ‘chefs’ dos três melhores restaurantes do mundo reuniram-se na noite de quarta-feira em Nova Iorque, no Gotham Hall, num jantar para 300 pessoas, com sete pratos servidos durante mais de quatro horas.

O “Once Upon a Kitchen”, dedicado este ano a angariar dinheiro para a associação de solidariedade nova-iorquina God’s Love We Deliver, ofereceu às pessoas presentes seis pratos criados pelos ‘chefs’ Massimo Bottura, Joan Roca e Mauro Colagreco, acompanhados por vinhos escolhidos por Roberto Cipresso, e finalizados com uma sobremesa de Christina Tosi.

Entre as comidas empratadas no palco, em frente às 300 pessoas, serviu-se beterraba ‘crapaudine’ cozida com caviar e tripas de bacalhau em ragu, por Mauro Colagreco; ‘soufflé’ de trufas com carne de vitela e camarão em vinagre de arroz, por Joan Roca; creme de ‘foie gras’ com caldo mineral de cogumelos e o prato mais colorido da noite, vitela grelhada com cremes de batata, laranja e pimentos, por Massimo Bottura.

A sobra dos cremes do último prato foi espalhada pelo ‘chef’ italiano numa toalha de mesa, assinada, dando lugar a um leilão que chegou aos sete mil dólares (6.140 euros), também para ajudar a God’s Love We Deliver.

Fundada em 1986, a organização distribui mais de 1,8 milhões de refeições por ano (mais de 7.000 por dia) em casa de doentes com SIDA e cancro, entre outras doenças, em Nova Iorque.

Criando “terapias nutricionais” e “refeições medicamente adaptadas” para os doentes, a God’s Love We Deliver conta com o patrocínio de empresas.

Ainda não foram divulgados os valores monetários angariados para a causa solidária.

Massimo Bottura é ‘chef’ do restaurante Osteria Francescana, de três estrelas Michelin, em Modena, Itália, e que conquistou o primeiro lugar na lista “The World’s 50 Best Restaurants” de 2018 e 2016.

O ‘chef’ italiano tem também uma associação, q Food For Soul, para combater o desperdício alimentar e promover a inclusão social, com a distribuição de comida, e é cofundador de um restaurante social no Rio de Janeiro, chamado Refettorio Gastromotiva.

Joan Roca é dono do restaurante de três estrelas Michelin El Celar de Can Roca, em Girona, Espanha, que em 2018 foi segundo classificado do mundo, mas ganhou o primeiro lugar em 2013 e 2015.

Mauro Colagreco, ‘chef’ nascido na Argentina, reinventa a gastronomia francesa no restaurante Mirazur, em Menton, França, galardoado com duas estrelas Michelin.

Cada ‘chef’ junta uma variedade de prémios, associa-se a causas sociais e tem presenças constantes em festivais gastronómicos.

Roberto Cipresso, fundador da empresa Winemaking, consultora em agronomia e enologia para mais de 30 empresas em Itália, é um dos mais premiados enólogos da sua geração. Em 2000, foi responsável pelo vinho ‘cuvée’ da celebração do jubileu do papa João Paulo II.

Christina Tosi é dona da padaria Milk Bar, fundada em Nova Iorque (Brooklyn) e com pontos de venda em Los Angeles, Las Vegas, Washington e Toronto. A ‘chef’ é detentora de dois prémios James Beard e participa em programas televisivos de culinária nos Estados Unidos da América, como o ‘MasterChef’.

O evento foi planeado pelo grupo GR8, empresa de organização de eventos cujo diretor-geral, Barnabas Carrega, disse à Lusa que estava muito entusiasmado pelo projeto, por juntar pela primeira vez os ‘chefs’ dos melhores restaurantes do mundo e ajudar uma causa solidária.

A cerimónia realizou-se no icónico Gotham Hall, com mais de 2.700 metros quadrados, para as 30 mesas com lugares entre 1.500 dólares (1.320 euros) e 5.000 dólares (4.410 euros), preços justificados por Barnabas Carrega pela dificuldade, excelência e exclusividade do evento.