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Chavismo diz estar “preparado para uma guerra total” com os EUA

FOTO Reuters
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O presidente da Assembleia Constituinte da Venezuela (CEV, composta unicamente por simpatizantes do regime), Diosdado Cabello, disse no sábado que o seu país “está preparado para uma guerra total” com os EUA e que a transição ao socialismo avança.

“Desde há 20 anos que nos enfrentamos a uma conspiração e agora enfrentamos sanções e bloqueios, mas a Venezuela não se renderá. O imperialismo está descontrolado, dirigido por pessoas que carecem de racionalidade para governar um país”, afirmou.

Diosdado Cabello, que é tido como o segundo homem mais forte do chavismo, depois de Nicolás Maduro, frisou que a oposição venezuelana “inventou um estatuto de transição” no país, mas o que está em curso é uma mudança para o socialismo.

“A oposição inventou um estatuto de transição, aqui há, sim, uma transição em processo, mas é para o socialismo bolivariano, não há outra”, disse.

Segundo Diosdado Cabello, “não há maneira de que a revolução se entregue” aos interesses dos EUA “a Venezuela resiste, porque sente que o mundo está pendente dela”.

“É provável que os fuzileiros navais dos Estados Unidos entrem [no país], mas dizemos-lhes com humildade que o problema, para eles, será sair da Venezuela. Estamos preparados para, se eles quiserem, uma guerra absoluta de todo o nosso povo em defesa da nossa pátria”, frisou.

O também vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) frisou ainda que anunciava ao mundo que o país não se vai render, “nem entregar ao imperialismo que quer impor decisões”.

“Vamos lutar e resistir, e finalmente venceremos”, disse.

Por outro lado, voltou a denunciar que os EUA se apoderaram injustificadamente de dinheiro da Venezuela.

“Os EUA roubaram-nos mais de 25 mil milhões de dólares nos mantêm sancionadas. O povo é quem está mais vulnerável a estas ações realizadas com a colaboração da oposição venezuelana”, disse.

A crise política, económica e social venezuelana, agravou-se desde janeiro último, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou assumir as funções de presidente interino da Venezuela.

Segundo diversas fontes, pelo menos quatro milhões de venezuelanos abandonaram o país, nos últimos cinco anos, fugindo da crise.