Madeira

Santa Cruz acusa Calado de “cumprimentar com chapéu dos fundos europeus”

O vice-presidente da Câmara, Miguel Alves, reage assim ao anúncio de Pedro Calado do projecto para controlar perdas de água em S. Cruz

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Num comunicado dirigido à redacção, o vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, vice-presidente Miguel Alves, reagiu ao anúncio do vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, da aprovação pelo Instituto de Desenvolvimento Regional (IDR) de um projecto de 680 mil euros para controlar perdas de água em S. Cruz, no âmbito do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).

“O senhor vice-presidente Pedro Calado, que muito recentemente afirmou que não vai fazer contratos-programa com as autarquias para evitar que estas cumprimentem com o chapéu alheio, cumprimenta hoje com o chapéu dos fundos europeus, ao mesmo tempo que tanta enfiar o barrete aos mais incautos. (...) Está vangloriar-se, é delirante e porquê? Porque os 85 por cento do dito valor são pagos por fundos comunitários, logo não é favor nenhum que o Governo faz a Santa Cruz”, afirma Filipe Sousa na sequência da notícia esta avançada pelo DIÁRIO na edição impressa de hoje. E frisa: “Não é do Orçamento Regional que sai o dinheiro”.

O autarca argumenta que “quem teve a iniciativa de se candidatar, e bem, foi o Executivo Camarário de Santa. Cruz, que paga os restantes 15 por cento daquela verba”. “Se estivéssemos à espera do Governo, nada aconteceria. Como, aliás, não acontece com todos os assuntos que temos pendentes com este executivo regional”, vinca.

Pior outro lado justifica que a Câmara de Santa Cruz não se candidatou a partir de 2013 (1º mandato JPP), porque “não tinha um cêntimo para garantir a sua quota parte”. “Felizmente que desde 2018 que alguns projectos relacionados com as perdas de água e outros como o Ambiente, têm avançado”, acrescenta.

O presidente da Câmara reconhece ainda “o trabalho exemplar que os técnicos do IDR (entidade intermédia dos fundos comunitários)”, mas lamenta a “interferência política”. “Faria melhor o senhor vice-presidente estar Calado, ou então responder aos assuntos que tem pendentes com a Câmara de Santa Cruz, em vez de se escudar no dinheiro da Europa para mostrar que faz alguma coisa”, remata.