Madeira

PSD diz que Confiança na Câmara Municipal do Funchal “está esgotada”

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As contas consolidadas da Câmara Municipal do Funchal (CMF) relativas ao ano passado foram chumbadas esta sexta-feira pela Assembleia Municipal do Funchal, com os votos contra de PSD, CDS, CDU, JPP, PTP e do deputado independente. A coligação Confiança, isolada, foi a única a votar a favor.

A responsabilidade, atribuiu o deputado municipal social-democrata João Paulo Marques, na declaração de voto, é toda do presidente da autarquia. “É o único responsável”, disse, apontando os resultados apresentados pela Frente Mar, o bloqueio liderado pelo Presidente da Câmara a que seja feita uma auditoria às contas desta empresa municipal e os salários em atraso, como razões para o chumbo às contas de 2018 da CMF.

“Lamento de facto que a estreia deste presidente da Câmara em Assembleia Municipal tenha sido com uma reprovação das contas consolidadas apresentadas pela Câmara Municipal do Funchal”, disse o deputado social-democrata, repetindo que o “único responsável pelo chumbo desta Assembleia é o Senhor presidente, por ter bloqueado a auditoria e por se ter recusado a responder aso deputados”, acusou o social-democrata referido que o “mago das finanças perdeu os seus truques”.

Antes da votação, a bancada do PSD tinha já desafiado o executivo municipal a viabilizar uma auditoria do Tribunal de Contas à Frente Mar, de acordo com o que já foi aprovado na Assembleia Municipal. “Se não tem nada a esconder, dê ordem para avançar a auditoria à Frente Mar e abra as portas da empresa ao Tribunal de Contas para que não restem dúvidas sobre o que lá se passa”, desafiou João Paulo Marques, numa intervenção bastante crítica para quem governa a autarquia.

“A principal conclusão a que chegamos é que dois anos depois, a Confiança está esgotada. Os partidos que apoiaram a coligação já desistiram. O projecto em que as pessoas votaram já não existe. Nem sequer o Presidente da Câmara é o Presidente que os funchalenses escolheram”, resumiu o deputado do PSD, frisando que a mudança na presidência não é um pormenor ou um detalhe. “Por muito que lhe custe, o Senhor não é, não foi, o Presidente eleito pelos funchalenses”.

João Paulo Marques frisou ainda que se acabou a coligação, se esgotou a confiança, mudou o presidente da câmara, mas quem manda realmente na câmara continua cá dentro. “Foi-se o presidente, mas ficaram os que controlam a Câmara dos bastidores”, afirmou, apontando para o “aparelho socialista”.