Madeira

Prever o futuro para tirar benefícios

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“Sou um futurista. Mas um futurista não é alguém que prevê o futuro”.

Paulo Soeiro de Carvalho captou logo a atenção do público quando começou a sua intervenção na 3.ª edição da Conferência Inovação e Futuro, iniciativa que tem organização conjunta entre o DIÁRIO, NOS e Casino da Madeira, e que está a acontecer esta terça-feira no Centro de Congressos da Madeira.

Doutorado em Ciências da Gestão pela Université Jean Moulin, em Lyon, e mestre em Economia e Gestão de Ciência tecnológica pelo ISEG, o “futurista”, explica que o seu papel é “pensar, antecipar o futuro e daí tirar benefícios”. Diz Soeiro de Carvalho: “Pensemos que o futuro é um cone de possibilidades” e assim sendo, “não temos um único futuro à nossa frente, mas múltiplos futuros”.

O especialista continua, sublinhando que “quando expandimos o cone das possibilidades, fazemos algo muito básico: questionamos o que pode acontecer. O ‘e se?’. E ao questionarmos, preparamo-nos para diferentes cenários”.

Dissertando sobre a importância de haver incertezas para pensar o futuro, o especialista defende que é urgente “termos uma abordagem holística”, no lugar de ficarmos “apenas no nosso campo de trabalho”.

Para tal, uma das formas é explorar ‘megatendências’, “que quando chegam alteram tudo o que está à volta. São como ondas gigantes”, metaforizou.

Dentro das ‘megatrends’, há dois pontos: a transformação digital e a transformação biotecnológica - assunto que será debatido na segunda parte desta conferência, já depois do almoço – “que será revolucionária. As organizações ainda não sentem na pele, mas vão sentir com muita força - ”, reiterou o especialista. Aqui dentro, explica, estão os testes e edição de genes, por exemplo.

Dentro da ‘transformação digital’, estão as competências, a inteligência artificial, entre muitos outros: “A transformação digital alterou por completo tudo o que fazemos dentro das organizações. Fazemos tudo pensando no digital, daí que o pensamento seja completamente diferente. Se pegarmos numa indústria, pensamos em 4.0; Se pegarmos numa cidade, pensamos como smart cities”, exemplificou o especialista, que também coordena a Pós Graduação em Prospectiva e Estratégia das Organizações e o Programa Futures, Strategic Design & Innovation.

Paulo Soeiro Carvalho falou ainda sobre a importância do que “se faz actualmente em Lisboa” em termos de evolução tecnológica: “Desenvolver tudo o que tem a ver com o marketing a uma escala digital”.

Terminada a sua intervenção, Paulo Soeiro Carvalho responde a perguntas do público e do director do DIÁRIO, Ricardo Miguel Oliveira, que voltou ao palco para moderar o debate pós, apresentação.