Madeira

“Parece que Jesus ficou fora da Universidade”

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Cerca de 260 estudantes disseram ‘adeus’ à Universidade da Madeira (UMa), neste dia 4 de Maio. A cerimónia religiosa teve lugar na Sé do Funchal, pelas 15h30, tendo sido presidida, pela primeira vez, por D. Nuno Brás.

O Bispo do Funchal, começou por saudar-vos os jovens finalistas e os professores e familiares presentes, recordando, “com alguma nostalgia”, a sua própria Benção de Finalistas, em 1985, em Lisboa.

Na homilia transmitiu aos jovens cristãos e universitários a importância de “contar com a fé na nossa vida de investigação, de leccionação ou de simples desempenho de uma profissão”.

Apesar de reconhecer que “de facto, existe na Madeira liberdade religiosa”, realça que hoje não está na moda um universitário falar sobre Jesus.

“Parece que Jesus ficou fora da Universidade. Parece que a fé deixou de pertencer ao pensamento, e de poder dialogar com a razão. Parece que a fé só tem a ver com o sentimento - e com o sentimento individual, o segredo de cada um. E que, por isso, deve ficar fora da conversa de café, da reflexão e do ensino superior”, lamenta D. Nuno Brás,

Com efeito, diz que “aquele que ousa falar da fé, concretamente da fé cristã - e que ousa viver a fé - na Universidade e no mundo universitário, é olhado por tantos como “menor”, como um “pobre que ainda dá espaço a ideias pouco racionais”, um “coitado que deixou de estar na moda”. “Não estamos proibidos, pela lei, de dar testemunho mas, de facto, os cristãos são marginalizados”, sublinha.

Em contrapartida, refere que “a história da própria universidade é a prova de que fé e razão não podem deixar de se encontrar. A universidade nasceu para que este diálogo tivesse lugar; para que existisse um lugar de diálogo entre o universo dos saberes, e destes com a fé” e termina esta apologia de união de fé e razão com uma passagem da homilia do Papa Bento XVI no dia 24 de Abril de 2005, quando iniciou o seu ministério como Pontífice: “(....) Só quando encontramos em Cristo o Deus vivo, conhecemos o que é a vida. Não somos o produto casual e sem sentido da evolução”.

D. Nuno concluiu parabenizando os finalistas e desejando que “com o curso que agora terminais, servir o próximo e o mundo inteiro. Que o saber não vos sirva apenas para conseguir uma vida de bem-estar material; que ele sirva também para ajudar o mundo. E que, na vossa profissão, qualquer que ela seja, sejais capazes de assumir a atitude dos discípulos: ‘Vale mais obedecer a Deus que aos homens’, dando testemunho da fé, na certeza de que apenas com Deus o ser humano pode ser feliz”.