Madeira

“No Porto Moniz, os protagonistas são os nossos munícipes”, atira Emanuel Câmara

Foto Arquivo/ASPRESS
Foto Arquivo/ASPRESS

A Câmara Municipal do Porto Moniz tece duras críticas à vereação do PSD, nomeadamente a Dinarte Nunes. A autarquia afirma que o vereador desconhece quase todos os dossiers discutidos nas reuniões e afirma que, “no Porto Moniz, os protagonistas são os nossos munícipes”. As declarações do executivo liderado por Emanuel Câmara surgem após o PSD acusar Emanuel Câmara de ter “sede de protagonismo”.

Numa longa nota que diz ser um “direito de resposta”, a CMPM diz não estar surpreendida que o Sr. Vereador Dinarte Nunes manifeste “a sua estranheza pelo teor do projecto aprovado na reunião de Câmara do passado dia 15 de janeiro, denominado ‘Integra +’”.

“Tal é o desconhecimento, por parte do Sr. Vereador Dinarte Nunes, sobre quase todos os dossiês discutidos nas reuniões de Câmara, que nos sentimos na necessidade de informá-lo que aquelas reuniões não são acções de formação para vereadores que nem foram legitimamente eleitos pela população”, atira.

As declarações do vereador social-democrata visavam as aulas de português leccionadas pelas Casas do Povo aos cidadãos estrangeiros.

“Este executivo está atento a todas as actividades desenvolvidas pelas diversas entidades do concelho e tem conhecimento que a Casa do Povo do Porto Moniz proporciona, há vários anos, aulas de alfabetização destinadas aos idosos do nosso concelho, sendo de salientar que a alfabetização, em termos pedagógicos, em muito pouco se assemelha ao que se pretende que seja a dinamização de aulas de Português para Falantes de Outras Línguas. Como medida tomada «em cima do joelho» serve, de forma pensada não se adequa”.

“Reafirmamos o desconhecimento da alteração dos moldes daquelas aulas para que lusodescendentes pudessem fazer parte das mesmas. Aliás, diga-se, em abono da verdade, que o vereador do PSD confessou que ele próprio teve conhecimento desse trabalho da Casa do Povo no dia da reunião de Câmara. À comunicação social, falseando os factos, o Sr. Vereador quis deixar transparecer a ideia de que no concelho todos tinham conhecimento de tal medida, à excepção deste executivo, quando ele próprio teve conhecimento uma hora antes de proferir tais declarações demagógicas. Duas horas depois, já era tão conhecedor do projecto que fazia inscrições para o mesmo pelos restaurantes e cafés da Vila do Porto Moniz”, acusa.

O executivo socialista diz ser “triste que se queira fazer aproveitamento político de uma medida tão nobre como é o apoio na Educação àqueles que, por força das vicissitudes da vida, se viram obrigados a regressar à terra dos seus familiares, com necessidade de dominar melhor a língua do país que agora os recebe”. “A sua incredulidade relativamente à vertente de Apoio Escolar, contemplada no Projeto “Integra +” também não nos espanta. Com esta medida, direcionada não apenas aos lusodescendentes, mas à população escolar em geral, este executivo pretende proporcionar um espaço onde os alunos tenham apoio no estudo, na realização e apresentação de trabalhos de pesquisa, entre outros”, explica.

“Várias foram as vezes em que apelámos, publicamente, à seriedade e rigor nas posições que o Sr. Vereador do PSD assume, e mais uma vez, voltamos a dizer: na política não vale tudo. Não se pode dizer uma coisa nas reuniões de Câmara, onde a população não está presente para comprovar a notória falta de capacidade do Sr. Vereador em articular uma declaração de voto que não venha “encomendada” no papel”.

“A população do Porto Moniz tem um excelente executivo na liderança da Câmara Municipal, mas merece uma oposição mais capaz, e a população lusodescendente, merece muito mais do que um Vereador que andou de porta em porta, por altura das eleições regionais, a prometer todos nós sabemos o quê. No Porto Moniz, os protagonistas são os nossos munícipes. É para eles e com eles que trabalhamos todos os dias. Não queira o Sr. Vereador apropriar-se desse protagonismo com notícias desprovidas de verdade e de conteúdo”, conclui.