Madeira

Há 57 anos, o Estado Novo vinha fiscalizar obras em curso na Madeira

O antigo director-geral dos Serviços de Urbanização do governo de Salazar foi também ao Porto Santo estudar “problemas ligados ao plano de urbanização”

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Há 57 anos, o engenheiro Manuel Sá de Melo, director Geral dos Serviços de Urbanização, fez uma visita de trabalho à Madeira a fim de visitar as obras que se realizavam um pouco por toda ilha. O intuito da deslocação, noticiada pelo DIÁRIO na altura, prendia-se com a obtenção do aval do Estado Novo para a prossecução das diferentes empreitadas em curso.

Em 1962, a Madeira estava a uns bons 14 anos da conquista da Autonomia e vivia sob a ditadura de António Salazar, numa época que as obras públicas em todo o país - sobretudo as ilhas e regiões do Ultramar - estavam sob forte escrutínio do Estado para a obtenção do financiamento necessário.

Existiam diversos órgãos, como é o caso da Direcção Geral dos Serviços de Urbanização ao qual competia a prévia fiscalização e averiguação de eventuais incompatibilidades para então aprovar o projecto.

A visita prolongar-se-ia por cinco dias e começava pelas obras do Parque da Cidade e reunião na Câmara Municipal do Funchal presidida por António de Bettencourt Sardinha, seguindo-se depois deslocações para ver ‘in loco’ as obras nos concelhos de Câmara de Lobos, Ribeira Brava, “Porto do Moniz”, Calheta e Ponta do Sol.

No terceiro dia, o director-geral Sá e Melo deslocar-se-ia ao Porto Santo para “estudo de problemas ligados ao Plano de Urbanização” da ilha dourada. No penúltimo dia, constava da agenda governamental, a visita a outras empreitadas nos concelhos de Santa Cruz, Machico, Santana e São Vicente.

Finalmente, no derradeiro dia desta incursão da comitiva do Estado Novo por terras de Gonçalves Zarco, Sá e Melo reuniu-se com o presidente da Junta Geral, coronel Fernando Homem da Costa e visita às obras em curso na cidade do Funchal.

Estudo do Folclore Madeirense

A Madeira recebia, nessa época, a visita do professor Artur Álvaro Santos Correia de Sousa, investigador reconhecido, para realizar um programa de trabalhos de prospecção e registo do folclore local.