Madeira

Há 19 anos, um jovem madeirense recebia 69 mil contos após ser baleado por um PSP

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Há 19 anos, mais concretamente no dia 21 de Novembro do ano 2000, o DIÁRIO fazia manchete com a notícia de que o Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal condenou o Estado português e o agente Camacho, da Polícia de Segurança Pública (PSP), a pagarem mais de 69 mil contos a um jovem alvejado, na Madeira, em Agosto de 1994. Segundo o acórdão a que o DIÁRIO teve acesso, os réus foram condenados solidariamente “a título de indemnização por danos patrimoniais e não patrimoniais”.

Este caso remonta à tarde do dia 20 de Agosto de 1994 quando a PSP foi chamada a intervir numa desordem nas Escadinhas das Lajes, no Imaculado Coração de Maria. O agente Camacho, da PSP, terá disparado quando o jovem Eládio, na altura com 26 anos, estava em fuga. A bala passou pelo pescoço causando ferimentos na espinha dorsal que o incapacitaram para o resto da vida.

O tribunal deu provimento à acção declarativa interposta pelo jovem Eládio que reclamava uma indemnização superior a 109 mil contos e fixou a verba em 69 mil contos, a que acresceu, com retroactivos e de acordo com a taxa de inflação, a verba mensal que se apurou em liquidação de sentença para que Eládio pagasse a alguém que o ajudasse nas lides pessoais e domésticas. A instância judicial condenou ainda os réus a pagarem ao autor os juros de mora desde Julho de 1998.

O Tribunal Administrativo confirmou ainda que o jovem Eládio foi inadvertidamente alvejado e que a sua recuperação seria “lenta e dolorosa”, isto porque após ser alvejado Eládio ficou impossibilitado de ter filhos e teve daí em diante de se apoiar em alguém para fazer as mais banais tarefas diárias, como comer ou vestir-se.

Emanuel Câmara no centro das atenções após arbitragem polémica

Na referida edição, mereceu particular destaque as palavras de Emanuel Câmara, ex-árbitro de futebol que trocou os cartões e o apito pelas lides políticas. Em causa estava um jogo entre Ovarense e Nacional da Madeira, encontro no qual o actual presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz até levou com uma pedra.

“Reconhecemos que cometemos erros, como seres humanos que somos”, dizia o árbitro, enquanto lamentava os protestos das gentes de Ovar por ser um madeirense a dirigir o jogo. “Tal como acontece com os meus colegas do continente, não vejo porque um madeirense não possa dirigir uma partida onde participa uma equipa do meu conselho de arbitragem”.

“Não tenho pejo em afirmar que os dois árbitros actualmente na I Liga têm capacidades para arbitrarem cá na Madeira jogos em que envolvam equipas da Região. Como sucede com os nossos colegas do continente”, reconheceu.

Já acerca das cenas vividas nesse domingo, o juiz revelava que os seus assistentes foram “alvejados constantemente com moedas e cuspidos”, ao passo que este foi atingido por uma pedra.

Quanto à sua saída do Estádio Marques da Silva, Emanuel Câmara asseverou que saiu “pela mesma porta” que o seu colega EImano Santos utilizou “quinze dias antes”.