Madeira

“A instabilidade que se vive no Serviço Regional de Saúde tem prejudicado os doentes”

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O líder do CDS-PP Madeira, Rui Barreto, considerou esta segunda-feira que “a instabilidade que se vive no Serviço Regional de Saúde tem prejudicado os doentes”. O dirigente político referia-se à turbulência diária que tem invadido o sector com o decorrer da Comissão de Inquérito ao Funcionamento da Unidade de Medicina Nuclear, na Assembleia Legislativa da Madeira, com a auscultação diária de várias pessoas, sendo de salientar que o objectivo da Comissão mudou de rumo, desde o dia em que Rafael Macedo, o presidente daquela Unidade, apontou o dedo a vários directores de serviço do SESARAM. “O Serviço Regional de Saúde tem uma gestão muito politizada e não premeia o mérito”, disse Rui Barreto. “Há muitos madeirenses que sentem dificuldade em aceder aos serviços de saúde, tendo muitas vezes de pagar do seu bolso, em virtude das listas de espera”, sublinhou, naquilo a que chamou “balanço preliminar” aos primeiros cinco dias de audições.

Sendo a saúde uma área de grande sensibilidade social, Rui Barreto aludiu à posição que o seu partido tem tido desde sempre nesta matéria. “A postura do CDS nesta comissão de inquérito tem sido muito construtiva”, afirmou, para acrescentar. “Não estamos a favor nem contra ninguém, queremos contribuir para a verdade, doa a quem doer, porque os madeirenses merecem isso. Queremos e esperamos que no final destas audições tenhamos contribuído para melhorar o Sistema Regional de Saúde”.

O líder da Oposição diz que “o doente deve estar no centro da acção” política, por forma a “responder primeiro às necessidades das pessoas”. Rui Barreto disse que as comissões de inquérito “são importantes para clarificar um conjunto de suspeições e relações entre o público e o privado e verificar se os investimentos feitos com o dinheiro dos contribuintes para um certo objectivo estão a ser cumpridos”, referiu, para lembrar. “Houve no passado um tempo em que não se discutia tanto a relação entre os profissionais de saúde e a falta de respostas às necessidades dos doentes, era o tempo de alguma pacificação e bom ambiente em torno serviço, mas hoje, de facto, discute-se muito as relações entre ordens e profissionais, entre público e privado, e há um sentimento geral de que o Serviço Regional de Saúde não responde às necessidades dos madeirenses. A prova disso está no aumento das listas de espera para cirurgias, consultas, exames e tratamentos. Muitos madeirenses, como não têm meios financeiros para irem aos privados, esperam demasiado tempo por uma resposta”.

Rui Barreto citou o que havia afirmado de manhã o médico cirurgião e antigo director do serviço de cirurgia, Pedro Costa Neves, durante a audição, tendo o clínico recordado “a excelência e a referência nacional” que já foi o Serviço Regional de Saúde, onde havia uma boa relação entre os profissionais e ordens. “Esse espírito e esse brio deteriorou-se nos últimos 10 anos, e essa é a percepção das pessoas”, afirmou o líder regional do CDS-PP. “Infelizmente, desde que este governo tomou posse, os indicadores falam por si, estão piores. Estas audições devem servir para saber o que não está bem e, num trabalho colectivo, construir soluções para que o sistema público responda às necessidades das populações sem diabolizar o privado”, concluiu o líder do CDS.