Quanto vale o meu voto?

Respondendo à minha própria pergunta, e de acordo com décadas de experiência vivida e sentida ao longo dos tempos, desde que passei a exibir um cartão de eleitor, (que agora já nem é preciso) provavelmente, o meu voto poderá até nem valer nada, ou muito pouco se a escolha do partido não for a acertada ou se o meu voto for nulo. Segundo o Jornal Negócios, entre outras coisas diz o seguinte: “...conclui-se que cada voto valerá para o partido escolhido 12,3 euros”. Acontece que, e exatamente por esta e outras razões, poderá existir algum desinteresse generalizado da população, baseado em promessas não cumpridas, algumas injustiças sociais, dificuldades no acesso ao SNS, reformas miseráveis de €200 e €300, resultando neste último caso, na falta de meios (dinheiro e, ou transporte) para as pessoas se deslocarem às mesas de voto, etc, etc. Talvez também por via disso, e em consequência do envelhecimento da população a abstenção tem vindo a subir sempre que o País ou as Regiões Autónomas vão a votos. Então, assim sendo, o valor do meu voto terá de ser analisado de outra forma. Como, a cada ato eleitoral a família política vai aumentando com o surgimento de novos partidos (17 ou 18) e muitos candidatos, a questão que também se coloca é a seguinte: onde é que se vai buscar dinheiro para financiar todos estes partidos? Sabemos que é, em parte, através de donativos particulares, mas também de subvenções e outras regras da Comissão Nacional de Eleições e da Assembleia da República. Em suma, são verbas do Orçamento do Estado que, se destinam criteriosamente aos diferentes partidos em proporção à sua dimensão. O resto são as receitas provenientes da contagem dos votos, do meu, do seu, de todos. E assim se gastam milhões provenientes dos nossos impostos para as campanhas eleitorais. Digamos que este é o preço da nossa democracia, o que nos obriga a pensar seriamente na tão desejada e recomendável necessidade de mudar alguma coisa na Constituição Portuguesa. E agora respondendo à pergunta inicial, o meu voto tem que valer o suficiente, e porque o povo é quem mais ordena, para possibilitar um melhor equilíbrio entre todas as forças políticas, apesar de alguns protagonistas apenas desejarem um lugarzinho ao sol e pouco mais. O que na realidade todos queremos é, essencialmente e no exercício das suas funções, que os nossos representantes/governantes nas diferentes assembleias, exerçam um trabalho digno, honesto e produtivo que é o que toda a gente deveria fazer a bem da verdadeira democracia e do nosso País.