Machico e os 600 anos

Machico capital histórica da Madeira não podia deixar de ter acolhido da melhor maneira o anúncio do Presidente do Governo sobre as comemorações dos 600 anos em Machico.

Naturalmente que este Concelho e particularmente Machico saberá perspetivar estas comemorações com a dignidade que as mesmas merecem. Assiste-se em boa hora a divulgação de trabalhos históricos na Região e Machico com a 1 capitania do Reino criada pelo Infante D Henrique ao seu cavaleiro Tristão Vaz Teixeira e também a atribuição do seu povoamento não poderá ficar relegado desta efeméride. Acredito num vasto programa a estruturar que deverá incluir a divulgação de personalidades oriundas deste Concelho que ao longo dos séculos contribuíram para o desenvolvimento da MADEIRA... pouco conhecidas , bem como uma panóplia de actividades culturais que irão atingir o seu auge a 2 de Julho ...data provável do achamento /descobrimento da Madeira...

Faz todo o sentido uma programação e execução ambiciosa tão abrangente quanto possível, estendendo-se a outras culturas que se entrosaram com as novas descobertas. Este é o papel das várias entidades publicas e privadas que saberão dar as mãos de modo a que desde os primeiros seis meses do ano 2019, Machico possa ser a verdadeira cidade histórica. São elas a Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Casa do Povo, Banda Municipal, Clubes Desportivos e Atlanticulture empresa Cultural. Deste modo vejo Machico embelezado com alusivos estandartes decorando a cidade, vejo as praças, jardins, edifícios públicos acolhendo semanas culturais de artes como pinturas, lançamento de livros, reedição do diploma da Capitania De Machico, publicação do LIVRO Anais do MUNICÍPIO da antiga VILLA DE Machico, uma edição de D.Maria, que posteriormente foi destruída pelo Estado Novo, espetáculos musicais reunindo artistas filhos de Machico que na Diáspora desenvolvem os seus talentos, agregando-os num conceito de geração de prata, animação de rua, concertos da Filarmónica, ciclos de teatro, espaços para a protecção animal, e Desportos do mar. Vejo também a criação de atribuição de uma medalha de mérito para filhos desta terra que foram esquecidos e muito lhe deram. No desporto relembro Noémio, Prof. Lourenço, na restauração Filipe Gouveia, na vida militar António Catanho pelo seu mais elevado título de condecorações da guerra colonial, na vida cívica cultural Carolina Afonso e Ascensão Andrade. No turismo mesmo não sendo filho da terra o guia turístico Michel Deming, que escolheu o Porto Da Cruz para viver, grande agregador do turismo de natureza francesa e já com duas atribuições no guiness Mundial pela subida aos montes Himalaias. Vejo também debates e palestras temáticas. Com assuntos pouco estudados sobre a Região e Machico, pós-revolução de 1931. Tendo sido deportados para Cabo Verde-ilha de S. Nicolau. Vejo também a interajuda e um conhecimento cultural a esta ilha onde a partir dos anos 40 os pescadores de Machico procuraram a faina da pesca, baleação e conserveira. A cidade do Tarrafal em S. Nicolau homenageou uma família emblemática de alcunha Biscaia. Vejo esta viagem solidária aberta aos interessados nestas missões sócio-culturais em Março de 2019 bem como um processo de geminação Machico e Ribeira Brava. Lembro que Machico foi em 1974 a primeira vila num acordo de geminação com a cidade de Madeira Beach na Florida preparado para setembro de 1975 o que não chegou a acontecer. Vejo uma Ligação em Viagem Solitária do Velejador Madeirense Miguel Sá que apresentou um projeto para unir Machico a S.Nicolau levando livros e outras matérias culturais. ...Acordo como se estivesse a sonhar.... Não... Tudo isto é possível. Realizável...O Homem Sonha e a Obra nasce.., já disse o Poeta.

Zita Cardoso