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Realizador do documentário ‘Bailinha – O Mestre Calafate’ dedica trabalho “à paixão pela arte e ao talento deste homem”

“Esta história merecia ser contada” diz o realizador e investigador António Baía Reis

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O documentário em realidade virtual ‘Bailinha – O Mestre Calafate’ que evoca a emblemática figura câmara-lobense de Jorge Oliveira (à direita na foto), é “o culminar de um trabalho artístico e de investigação acerca de um homem simples mas complexo”, registou António Baía Reis, o realizador e investigador autor do documentário que esta tarde foi apresentado no Museu de Imprensa – Madeira, em Câmara de Lobos.

O vídeo de 360º para ser visto com óculos de realidade virtual, com a duração de 7 minutos, foi projectado na tela logo após a apresentação do mesmo, para que todos os presentes pudessem desde logo ficar com uma noção do trabalho realizado por António Baía Reis.

“Dedico totalmente este trabalho à paixão pela arte e ao talento deste homem”, disse o jovem realizador, para quem este dia é “muito especial”, não só por apresentar a obra que usa tecnologias inovadoras ‘imersivas’, mas também por ter a seu lado o “estimado Bailinha”, referindo-se ao homem que o “fascinou” por “transpirar paixão pela sua arte”, enalteceu.

“Depois de perceber a sua história e de ver com os meus olhos o seu talento, percebi que esta história merecia ser contada”. Fê-lo através deste documentário, pretendendo desta forma “homenagear este personagem da vida real” e contribuir para “perpetuar os seus feitos, mas também criar alguma consciencialização real para a necessidade premente de apoiar este tipo de ofícios, de acarinhá-los, conservá-los e dar-lhes espaço para que se mantenham efectivamente vivos em harmonia neste frenético século XXI”, declarou.

Investigador e professor na Universidade do Porto, António Baía Reis é também especialista em jornalismo imersivo. Ficou por isso particularmente agradado pelo “lugar especial” onde decorreu o evento – Museu de Imprensa -, mais ainda por ser filho de um jornalista da velha guarda. Ao lado emocional juntou a parte pessoal para confessar a grande admiração pela Madeira e alguns dos excessos cometidos sempre que cá vem.

“Nesta ilha que tanto me fascina”, além do trabalho, assumiu também fazer questão para aproveitar e “comer quilos e quilos de queijadas”.

Da parte da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, que apoiou este trabalho, coube a Vanessa Azevedo, vereadora com a Intervenção Social e Recursos Humanos, fazer as honras da casa.

A autarca sublinhou a importância de “valorizar e partilhar” agora apresentado, “um registo que vai ficar para a história”, assegurou, referindo-se ao documentário, pelo “contributo importante” que presta à calafetagem e em particular ao mestre Bailinha, responsável pela construção da histórica Nau Santa Maria de Colombo.

Ficou o desafio do mestre calafate “dar formação” a potenciais interessados na arte.