Autoridades checas anunciam desmantelamento de rede de espionagem bielorrussa
O serviço de informações checo, BIS, anunciou hoje o desmantelamento de uma rede de espionagem a favor da Bielorrússia, numa operação que teve a colaboração das autoridades húngaras e romenas e que resultou numa detenção e numa expulsão.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros checo expulsou um diplomata bielorrusso ligado a esta rede construída pelo serviço de informações bielorrusso KGB, indicou o BIS em comunicado.
"Uma equipa conjunta de agentes dos serviços de informação europeus identificou funcionários e colaboradores do KGB a operar em vários países europeus, incluindo um antigo vice-chefe do serviço de informações moldovo SIS", informou o BIS.
O cidadão da Moldova entregou informações confidenciais ao KGB, segundo o BIS, e foi preso na Roménia.
De acordo com a agência da União Europeia para a Cooperação Judiciária Penal (Eurojust), que supervisionou a operação, o alegado agente moldovo manteve duas reuniões em 2024 e 2025 na Hungria com agentes do KGB.
"O objetivo das reuniões realizadas em Budapeste era que o suspeito fornecesse informações em troca de dinheiro e recebesse instruções adicionais", descreveu a Eurojust em comunicado.
A agência acrescentou que o homem foi detido hoje, elogiando "a importância da cooperação transnacional na investigação destas atividades maliciosas".
A Eurojust e o BIS sublinharam que a Bielorrússia conseguiu construir esta rede de espionagem graças à sua liberdade de circulação pela Europa.
"Para combater com sucesso estas atividades hostis na Europa, precisamos de restringir a circulação de diplomatas acreditados pela Rússia e pela Bielorrússia dentro do espaço Schengen", recomendou o diretor do BIS, Michal Koudelka.
No início deste ano, as autoridades checas expulsaram a jornalista bielorrussa Natallia Sudliankova, acusando-a de trabalhar para os serviços de informações russos.
A jornalista escreveu artigos pró-Rússia "minando a confiança pública na legitimidade das sanções" da União Europeia contra Moscovo, impostas após o início da guerra na Ucrânia, afirmou o BIS no seu relatório anual.
A Bielorrússia, liderada pelo Presidente autoritário Alexander Lukashenko, é aliada da Rússia, e cedeu o seu território para lançamento da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.