Constituição de listas aquece debate
João Carlos Gouveia, candidato do PS à Câmara de São Vicente, recusou divulgar a totalidade dos nomes que integram as listas socialistas, justificando a opção com a necessidade de proteger a identidade de alguns elementos que lhe pediram reserva. Uma posição que contrasta com o facto de as listas já terem dado entrada no Tribunal, sendo, por isso, documentos públicos.
Apesar da reserva em revelar os nomes, o candidato garantiu que tem a melhor equipa para a Câmara Municipal, sublinhando a diversidade e a qualidade dos quadros envolvidos. Chegou mesmo a classificar alguns elementos como “vedetas”, expressão com que quis transmitir confiança na capacidade do grupo em trazer nova energia e soluções para o concelho.
A candidatura socialista aposta, assim, na ideia de renovação e competência, procurando diferenciar-se pela força da equipa apresentada, embora a opção de não divulgar de imediato todos os nomes levante interrogações num processo em que a transparência é habitualmente valorizada.
Já o candidato do Chega acusou a coligação PSD/CDS de ter "chantageado" e "coagido" alguns dos seus candidatos.
De imediato, António Gonçalves, candidato do PSD/CDS, reagiu e exigiu provas que sustentem as declarações do adversário. Sublinhou que acusações desta gravidade não podem ser feitas de forma leviana e que os munícipes de São Vicente merecem um debate assente em propostas e soluções para o futuro do concelho, e não em insinuações.
O candidato social-democrata reiterou apresentar 94 candidatos, cumprindo integralmente as regras de paridade e sem repetições, ao contrário da lista adversária. Apontou que José Carlos Gonçalves incluiu a antiga candidata socialista Helena Freitas como número 2 à Câmara e número 3 à Junta de Ponta Delgada, bem como Norberto, em simultâneo número 5 à Câmara e número 4 na Junta da mesma freguesia. Criticou ainda a escolha da própria filha do candidato como mandatária e sobrinha como número 4 da lista, apesar de não residir na Madeira. Para António Gonçalves, isto revela incoerência e falta de respeito pelas freguesias, com candidatos a cruzarem posições e até vindos do estrangeiro.
Em resposta, José Carlos Gonçalves afirmou que as acusações não correspondem à realidade. Referiu que Cátia Capontes, apontada como ausente, estava presente no próprio estúdio do debate, o que, segundo ele, prova a falta de rigor das críticas do PSD.
Garantiu, no entanto, que não se preocupou em analisar as listas dos adversários, preferindo concentrar-se na sua própria equipa, que apresentou como genuína e representativa.