Secretário de Estado do Vaticano pede luta contra a indiferença e paz sem "lógicas de guerra"
O secretário de Estado do Vaticano criticou hoje em Lisboa quem defende a paz mundial e mantém "lógicas de guerra", defendendo a resolução das causas dos conflitos e a "luta contra a indiferença" que existe.
Discursando em Lisboa, por ocasião do Jubileu das Autoridades, organizado pelo Patriarcado de Lisboa, o cardeal Pietro Parolin recordou que a prioridade da organização "é a evangelização, acompanhada da promoção integral da pessoa humana, que inclui o serviço da caridade e da educação", e a "intenção de promover um conceito de paz baseado em relações justas".
Mas "a visão de paz proposta pela Santa Sé vai além da que é delineada pelo direito internacional contemporâneo: acreditamos que nenhum compromisso com a paz - nem mesmo diplomático - pode ser autêntico se mantiver, mesmo implicitamente, ligações com a lógica da guerra", disse o chefe da diplomacia do Vaticano.
'Número dois' do Vaticano pede aos políticos que lutem pela dignidade humana e recusem a mediocridade
O "número dois" da Igreja Católica encorajou hoje em Lisboa os políticos e autoridades civis a lutarem pela dignidade humana num tempo de "múltiplas desolações", e que não se contentem com a mediocridade.
"Vivemos tempos de particular complexidade. Cercam-nos múltiplas desolações: guerras, violências, crianças feridas, infraestruturas civis destruídas. Contudo, precisamente no meio de tudo isto, somos chamados a agir sem demora", afirmou o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, numa celebração em Lisboa por ocasião do Jubileu das Autoridades Civis, organizado pelo Patriarcado.
"Na vossa elevada vocação como parlamentares e legisladores, diplomatas, políticos e funcionários públicos, sois chamados a muito mais do que administrar ou governar", pelo que "exorto-vos a prosseguir corajosamente neste compromisso, a trabalhar por um mundo em que o poder seja dominado pela consciência e a lei esteja ao serviço da dignidade humana", disse o cardeal italiano, dirigindo-se aos presentes.