Onde vive a tristeza

Na parte Sul, do jardim do Campo da Barca, é uma tristeza ver quatro mulheres e oito homens, a dormirem sobre os bancos que lá existem. Na proximidade, está o Comando da PSP, que nada pode fazer àqueles seres humanos, isto estarem, também, com dificuldades financeiras. Faço o apelo à Câmara Municipal do Funchal, e ao Governo Regional, que olhe pela pobreza dessas pessoas.

No DN de 14 de agosto, página 22, com o título: “Não... é Não!”; artigo do digno e ilustre Prof. Dr. Francisco Santos, estando em destaque no princípio: “ E é com este processo histórico familiar e pessoal, que me convoco (como dizem os NAPA) para lamentar que O “Não é Não” tivesse sido enterrado e, desde logo, neste âmbito”; estando a seguir ao último parágrafo, o seguinte: “Não, definitivamente não!”.

“Um verdadeiro partido social-democrata, que tem dignidade da Pessoa Humana como o seu valor maior, não pode agir, em matéria determinante porque civilizacional, como Montenegro o faz”.

O Dr. Francisco Santos, tem razão em alertar para a nossa triste realidade; visto a riqueza monetária, estar nas mãos de umas dezenas de pessoas; estando centenas de milhares de seres humanos empobrecidos.

No DN de 16 do corrente mês, página 11, com o título: “ Nuno Maciel garante apoio à Festa Gastronómica do Caniço”; estando à esquerda a foto com a seguinte legenda: “Nuno Maciel com Milton Teixeira, presidente da Junta do Caniço”; e, em letras maiúsculas, no princípio da 2.ª coluna: “Gastronomia é tradição, cultura e promoção da Região”; diz o presidente da Junta de Freguesia do Caniço; estando nas ultimas oito linhas, o seguinte: Esta festa gastronómica resulta de uma candidatura ao Proderam através da Acaporama, sendo o apoio previsto de 43.221 euros. Do programa do evento destacam-se 'showcookings' e animação musical com bandas regionais. O folclore está também presente”. Note-se que esta festa terminou no dia 21 do mês corrente. São estas festinhas, que o povo madeirense se serve, para se esquecer da sua pobreza, na sua classe social.

No mesmo DN, página 12, na última coluna, em: “Ocorrências”; óbito: “Mulher morre no Jardim do Campo da Barca”. É o resultado, do abandono das pessoas, que não têm meios para viverem com dignidade, estando os governantes, distraídos da realidade social.

Nas cartas do leitor do DN de de 18 de agosto, do corrente ano, o Sr. A. J. Ferreira, escreveu a carta com o título: “CEE aos olhos de um pessimista UE”. E, nas oito últimas linhas, concluiu com: “Porque perguntam (referendar) o que é que os portugueses querem realmente para Portugal? Quem são os que realmente teimam e condicionar e acorrentar a Liberdade? Chegou a hora do povo acordar e com coragem Mudar Portugal !”. Os portugueses; espertos, despertos e ativos, são aqueles que deixaram Portugal e as Ilhas Adjacentes, para conseguirem terem uma vida folgada e feliz. Em Portugal Continental e nas Ilhas dos Açores e da Madeira, os governantes não dão as condições mínimas, para as classes trabalhadoras viverem com o mínimo de dignidade, e para poderem viver, sem dificuldades financeiras.

Se os magnatas pagassem, o justo valor de quem trabalha, os portugueses não teriam emigrado para os vários continentes do nosso planeta.

José Fagundes