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Madeira

“Até agora não foram canceladas muitas cirurgias”

Micaela Freitas destaca o trabalho conjunto que tem sido desenvolvido com o sector social para minimizar o impacto das altas clínicas na produção diária do SESARAM

Micaela Freitas pariticipou esta manhã na recepção a 80 novos enfermeiros contratados pelo SESARAM. 
Micaela Freitas pariticipou esta manhã na recepção a 80 novos enfermeiros contratados pelo SESARAM. , Foto ML

A secretária regional de Saúde e Protecção Civil garante que “até agora não foram canceladas muitas cirurgias” por falta de camas para internamento no Serviço de Saúde da Região (SESARAM). Mas nem Micaela Freitas, nem o director clínico apontaram, aos jornalistas, números do impacto do aumento das altas problemáticas na produção cirúrgica daquele serviço público, que levou ao cancelamento das cirurgias não urgentes e não essenciais.

A governante reforçou, mesmo, à margem da recepção a 80 novos enfermeiros no SESARAM que hoje acontece, que o objectivo do SESARAM para este ano ao nível cirúrgico passa por suplantar as 18 mil cirurgias realizadas no ano passado, notando que a medida de suspensão das operações não urgentes será revista a casa semana.

“Assim que estejam reunidas as condições, vamos retomar as cirurgias normais, mas até agora não foram canceladas muitas cirurgias. Portanto, a actividade segue os números, não os que nós desejaríamos, mas os cancelamentos foram poucos”, sustentou a secretária, reforçando que esses indicadores variam a cada dia, exemplificando que na sexta-feira foram três as operações canceladas.

Micaela Freitas disse, também, que esta “situação passageira não é inédita”, reforçando o trabalho conjunto que tem vindo a ser desenvolvido com a Secretaria Regional de Inclusão, Trabalho e Juventude para minimizar o impacto das altas clínicas na actividade regular do SESARAM.

Aquela que já foi presidente do Instituto de Segurança Social da Madeira realçou, mesmo, que novas 12 camas a disponibilizar pela Santa Casa da Misericórdia da Calheta servirão para doentes que estão a ocupar camas no SESARAM sem que necessitem de cuidados de saúde. Além disso, salientou o reforçou do apoio domiciliário, no fundo, “outras respostas que possam também aliviar as famílias e ajudar as famílias a conseguirem levar as pessoas para casa”.

“Eu vou repetir o que dizia quando estava do outro lado. Isto não é um problema da Segurança Social, isto não é um problema da Saúde, isto é um problema da sociedade. Isto é um desafio da sociedade e que não é exclusivo da Região Autónoma da Madeira. É um desafio da Madeira, do País, do Mundo”, realçou a secretária regional.

Director clínico rejeita que altas estejam a ser adiadas

Júlio Nóbrega não se alongou quanto à notícia que o DIÁRIO deu conta na semana passada a respeito de alguns médicos de várias especialidades estarem a adiar as altas para evitarem que as camas fossem ocupadas por doentes da Medicina Interna, hipotecando, deste modo, a realização de cirurgias de produção adicional.

O director clínico referiu, ainda assim, que tal “não pode acontecer”. “Internar e dar alta é uma questão pura e simplesmente técnica e científica. (…) Ter um doente internado, sem necessitar de estar internado, prolonga o sofrimento, agrava os resultados, quer em termos de sequelas. Portanto, penso que não é isso que está a acontecer”, disse o médico para quem esse seria um ‘esquema’ “demasiado rebuscado”.

Aos jornalistas, Júlio Nóbrega reforçou que “o que está a acontecer é que nós temos mais doentes do que camas disponíveis e isso implica uma limitação de internamento. E nós não podemos limitar o internamento em situações agudas, mas em situações electivas podemos limitar em função da disponibilidade de camas ou não”.

Nesse sentido, adiantou que toda a cirurgia que não necessita de internamento está a ser realizada, pois não há necessidade de cama livre. Disse mesmo haver um reforço nesse âmbito, notando que a limitação definida na semana passada vai sendo revista conforme a dinâmica dos vários serviços.

O director clínico notou, também, que neste período de maior calor têm aumentado os doentes agudos, sobretudo mais idosos, que procuram o Serviço de Urgência, fruto de desidratações e das complicações associadas, como pneumonias, insuficiência renais, diabetes, hipertensão, entre outros, obrigado a mais internamentos.

Por fim, ao contrário do que se tem verificado em alguns hospitais do continente, Júlio Nóbrega diz não se ter regitado, no Serviço Regional de Saúde, dificuldades de maior para a composição das escalas médicas para este período estival, notando, ainda assim, que alguns serviço em que o número de médicos é "pequeno" em que tem sido necessário o recurso a colaboradores externos, dando o exemplo da pedopsiquiatria, da cirurgia vasculas, da neurocirurgia ou da cardiologia.