A imigração, outra vez
Pessoas com registo criminal carregado ou com histórico perigoso não devem ser bem vindas. Quem para cá vem deve vir para acrescentar
O tema da imigração tem ganho uma crescente preponderância na sociedade portuguesa. Muito mais do que refletem os dados é no que os portugueses sentem nas ruas que o tem trazido para a ordem do dia, sobretudo pelo choque de culturas e de formas de estar mas também pela polémica extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras dando lugar à atual Agência para a Integração, Migrações e Asilo. Não será por isso de estranhar que muito se fale desta questão na atual campanha eleitoral para as Legislativas. Os dados mais recentes divulgados pela AIMA, apontam para 1.6 milhões o número de estrangeiros atualmente no nosso país. Ou seja, representarão por esta altura, cerca de 15% da população. Para termos noção do quadro geral, este aumento quadruplica os valores de 2017 o que se sente naturalmente no dia a dia. Este crescente fluxo justifica-se sobretudo pelo regime que esteve em vigor nos últimos anos em que se dispensava o visto de entrada legal como condição para a regularização da presença no território a quem estivesse há um ano a descontar para a Segurança Social. Esta política de portas abertas produziu um “efeito chamada” com muitos estrangeiros a verem Portugal como uma solução fácil para a entrada na União Europeia.
Numa altura em que o ministro da Presidência, António Leitão Amaro anunciou que serão notificados na próxima semana 4574 cidadãos para abandonarem o país de forma voluntária nos próximos 20 dias e que este será apenas o primeiro grupo de um total de 18 mil indeferimentos importa discutir o assunto, sem a chancela de programas partidários mas pensando cada um de nós sobre o que gostaria que fosse feito nesta situação. A minha posição de ex-emigrante ajuda-me a refletir mas também a assumir que por princípio nunca serei contra qualquer tipo de fluxo de pessoas. É fundamental que as pessoas se desloquem e é justo que procurem para si e para os seus novas e diferentes oportunidades que lhes proporcionem melhor qualidade de vida e condições que não encontram nos seus países de origem. Eu próprio o fiz. E Portugal bem precisa delas, em alguns casos para fazer o que os nossos não querem (sobretudo pelos baixos salários) e para ajudar no crescimento de certas áreas especificas que necessitam de mão de obra qualificada. Não é novidade para ninguém que a nossa população está envelhecida, que o turismo cresce todos os anos e que faltam braços para fazer crescer a nossa economia. Que são precisos trabalhadores que garantam a sustentabilidade da nossa Segurança Social.
É por isso óbvio que por uma questão dos nossos valores e da nossa história, feita de viajantes e emigrantes mas também por necessidade, como referi anteriormente, é importante continuarmos a contar com cidadãos estrangeiros que querem vir acrescentar valor. O que pedimos a esses mesmos cidadãos é que respeitem a nossa cultura e a nossa forma de estar, que de uma forma ou de outra os atraiu para cá, que respeitem as regras e os princípios e saibam valorizar a segurança que por cá ainda vai existindo. Ora, é isso que muitas vezes não temos visto e essa é a razão da revolta de tantos. Algumas comunidades de imigrantes pouco têm feito para se integrar, tentando impor as suas leis e os seus valores, sem vontade de aprender a nossa língua e de entender que quando vamos para os seus países também somos obrigados a viver consoante o que é determinado pelos seus. Ainda há uns tempos, um líder de uma comunidade indostânica dizia na televisão, que uma das ruas contíguas ao Martim Moniz em Lisboa já é praticamente toda habitada por cidadãos dessa região e que por isso queria no espaço de 2 anos, proibir o consumo de álcool para que fossem respeitados os seus costumes e a sua religião. É precisamente isso que não é compatível com o estar e viver em Portugal. Pessoas com registo criminal carregado ou com histórico perigoso não devem ser bem vindas. Quem para cá vem deve vir para acrescentar, para suprir necessidades e para respeitar, seguindo uma legalização que se exige para que esse fluxo seja gradual e equilibrado. Que o processo seja feito de forma rigorosa e que lhes assegure também a eles condições de vida que não os sujeite a precariedade e à clandestinidade muitas vezes à mercê de máfias organizadas. É por isso tão necessário que exista uma estratégia e regras que não deixem este tema refém de radicalismos nem de interesses obscuros. Porque é do interesse de todos que assim seja. Nosso e dos que se procuram por cá instalar.
Frases Soltas
Esta semana inicia-se o Conclave no Vaticano. Mais precisamente no dia 7. Esperam-se por isso novidades positivas próximas do 13 de Maio em Fátima, o que esperamos ser um bom prenuncio.
O campeonato português de futebol está ao rubro e tudo se conjuga para um Benfica-Sporting, no próximo dia 10 de Maio, absolutamente decisivo. Aguenta coração, num jogo que será mais do que um jogo. Que os adeptos de ambas as equipas saibam estar à altura.