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Explicador Madeira

Fundo de emergência ou Certificados de Aforro, qual a melhor (e mais segura) forma de poupar

Poupar na Madeira, em Portugal ou em qualquer país, depende da situação financeira de cada indivíduo e/ou família, bem como os objectivos que querem atingir e, inclusive, o perfil de risco de cada opção. Mas há algumas estratégias sólidas e populares que costumam funcionar bem para a maioria das pessoas. Uma delas é a versão actual do 'pé de meia' (que era o dinheiro para as horas difíceis guardado debaixo do colchão ou no fundo da gaveta), denominado "Fundo de Emergência". O outro é aproveitar a necessidade do Estado ter dinheiro em caixa, pois quem o faz basicamente empresta dinheiro ao Estado e ele devolve-te com juros, denominados Certificados de Aforro.

É entre as estas duas opções, que podem inclusive estar em perfeita sintonia uma com a outra, que procuramos explicar e analisar qual é a melhor (e mais segura) forma de poupar dinheiro.

Comecemos por analisar as várias formas de reduzir despesas e poupar dinheiro.

Criar um fundo de emergência

Estabeleça a meta de ter 3 a 6 meses de despesas fixas disponíveis. Pode guardar numa conta-poupança com liquidez ou conta à ordem com juros (por exemplo no Banco CTT, Banco BIG, Activobank, entre outros).

Eliminar dívidas caras

Uma vez que os cartões de crédito e créditos pessoais têm juros elevados, a melhor forma será pagá-los primeiro, pois ao saldar essas dívidas, na prática, estará a fazer um 'investimento garantido' no futuro.

Automatizar a poupança mensal

Transfira automaticamente 10 a 20% do rendimento para uma conta-poupança no início do mês. Esta é uma opção que, para muitos, é a mais difícil, pois os rendimentos mensais muitas vezes nem chegam ao fim do mês. Mas se puder, opte pelo método 50/30/20: 50% para as necessidades, 30% para os desejos e 20% para a poupança/investimento.

Contas e depósitos a prazo

São seguros, mas apresentam há muito tempo baixos rendimentos. Alguns bancos oferecem depósitos promocionais com taxas interessantes (2-4% TAEG em 2025), como são exemplos o Banco Best, o Banco Carregosa, o Banco BAI Europa.

Investir para rendimentos a longo prazo

Se já tem o fundo de emergência feito, o ideal é apostar nos Certificados de Aforro, que são emitidos pelo Estado, estão isentos de comissões, apresentam uma rentabilidade variável, indexada à Euribor. E em 2025 estas rondam entre 2,5% a 3,5%. E, ainda, têm capital garantido, ideal para quem é avesso ao risco. Mas também há a opção dos fundos de investimento ou ETFs, que são ideais para o médio/longo prazo (mais de 5 anos), permite investir via plataformas como o Banco Invest, DeGiro ou XTB, mas o risco é maior, mas potencialmente terá mais retorno (6 a 8%/ano a longo prazo).

Por fim, controlar despesas com apps

Apps como o Boonzi, o Monefy ou o Contas-Poupança ajudam a rastrear e optimizar gastos.

Assim, olhando aos dois casos comparativos, como pode perceber, o ideal é ter primeiro um fundo de emergência e depois pensar em aderir aos certificados de aforro. Na comparação entre fundo de emergência e certificados de aforro é preciso analisar de forma clara os objetivos, a liquidez, o risco, o rendimento e os usos recomendados.

Os fundos de emergência são uma espécie de 'colchão' de segurança, não um investimento. O foco é ter liquidez total e imediata, não obter retorno em taxas, por exemplo. Assim, descartando o colchão ou o fundo de gaveta, o melhor é ter o dinheiro numa conta à ordem com juros (exemplo no Banco CTT, ActivoBank) ou abrir uma conta-poupança com acesso instantâneo, além de poder optar por soluções digitais como o Revolut (que tem protecção de até 100.000 euros via bancos parceiros da UE).

Já os certificados de aforro são mais indicados para uma poupança de médio/longo prazo, mas ainda assim são uma opção conservadora. Isto porque tem como principais características serem de capital 100% garantido, terem juros compostos (rendem sobre rendimentos anteriores), estão indexados à Euribor a 3 meses + prémio (em 2025, entre 2,5% e 3,5%), tem um pagamento anual de juros e são resgatáveis a qualquer momento após os 3 primeiros meses. Importante ter em conta que são solução ideal para o valor excedente do fundo de emergência. Ou seja, quando já tem estabilidade mínima, mas a pessoa quer manter o capital protegido e ganhar algum rendimento.

Assim, em conclusão, a estratégia que deve optar é criar primeiro o fundo de emergência (que cubra 3 a 6 meses de despesas), que lhe garante liquidez e sem qualquer risco. Depois, canalize as suas poupanças excedentes para certificados de aforro, se quiser ter rendimento seguro e superior à inflação. Já se tiver objectivos mais ambiciosos (reforma, casa, liberdade financeira), poderá considerar alocar parte para investimentos com risco controlado, como ETFs ou fundos.

O CTT tem um simulador onde pode perceber quanto pode ganhar com um certificado de aforro, sendo que pode colocar a partir de 10 euros até 100 mil euros. O CTT tem um simulador onde pode perceber quanto pode ganhar com um certificado de aforro, sendo que pode colocar a partir de 10 euros até 100 mil euros, com um investimento inicial de 100 euros por Conta Aforro. Contudo, há um novo senão. Simule aqui.

Vamos então ao senão

De acordo com a DECO PROteste, "a série F (dos certificados de aforro) foi lançada em Junho de 2023, envolta em alguma polémica, já que trouxe algumas alterações pouco favoráveis ao aforrador", tendo esta entidade sido "uma das entidades que mais criticou a nova série, pois apresenta um rendimento inferior – no máximo, 2,5%, maturidade mais longa (15 anos) e prémios de permanência que foram reduzidos para metade nos primeiros 9 anos, face à série anterior (série E)". E essa é a principal debilidade recente dos certificados de aforro.

"Nos meses que se seguiram, os montantes aplicados foram sucessivamente encolhendo e apenas nos últimos 5 meses se tem verificado uma inversão dessa tendência. Provavelmente devido à descida das taxas dos depósitos, em geral, e também devido ao alargamento dos locais de subscrição dos Certificados de Aforro (Banco BiG e APP dos CTT)", realça no mais recente artigo, divulgado na semana passada, portanto bem recente.

"A taxa base da série F é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, segundo a fórmula: E3 em que E3 é a média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores, sendo o resultado arredondado à terceira casa decimal. A taxa base não poderá ser superior a 2,5% nem inferior a 0%. Em Abril, depois de um longo período em 2,5% bruta, desceu para 2,415%; e, em Maio, a descida foi ainda maior, passando para 2,216%", adverte. Pelo que, fique sabendo que "em termos líquidos, a série F, atualmente em comercialização, rende 1,6%, ou seja, bastante abaixo da inflação prevista para este ano (2,3%, segundo o Banco de Portugal). Assim, estes títulos não lhe garantem uma valorização real das poupanças, tal como a generalidade dos depósitos".