Na dor e na fragilidade está Francisco

Nas semanas que ora passaram, a figura de Sua Santidade, o Papa Francisco, tem emergido com particular relevo no cenário mundial, não apenas como chefe supremo da Igreja Católica, mas como voz firme e compassiva em defesa da paz, da justiça e da dignidade humana. O seu magistério tem-se manifestado através de pronunciamentos que, ainda que revestidos de brandura, contêm a força moral de quem procura, incansavelmente, unir os homens em torno de valores universaes.

Num tempo em que o mundo se vê dilacerado por guerras, conflitos políticos, perseguições religiosas e desigualdades cada vez mais profundas, o Papa tem reiterado o seu apelo ao diálogo entre nações, religiões e culturas. Em recentes discursos, instou os líderes das nações a abandonarem a lógica da violência e do armamento, propondo, em seu lugar, o caminho do encontro e do perdão. O seu coração volta-se, de modo especial, para as vítimas de guerras esquecidas, para os migrantes forçados ao exílio e para os pobres, que vivem nas margens da sociedade.

No seio da própria Igreja, Francisco prossegue com as reformas iniciadas desde o início do seu pontificado. Tem incentivado a sinodalidade como forma de escuta mútua e discernimento comunitário, promovendo uma Igreja mais próxima dos fiéis, atenta às suas angústias e aberta aos sinais dos tempos. A sua ênfase na misericórdia, no acolhimento e no serviço aos últimos permanece como marca indelével da sua missão pastoral.

Apesar das críticas e resistências que advêm de sectores mais conservadores, o Papa mantém-se fiel à inspiração do Evangelho, guiando o seu rebanho com humildade e fortaleza. Em cada gesto, Francisco convida o mundo a não ceder à indiferença, mas a responder com amor, compaixão e esperança activa. O seu testemunho, nestes dias de incerteza, é verdadeiro bálsamo para a alma da humanidade.

Rui Gomes