Informação quer-se com “transparência, idoneidade e verdade”
‘Poder Local e Comunicação’ foi tema de debate na Ribeira Brava e com autarcas do concelho
‘Poder Local e Comunicação’ foi tema de debate no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Ribeira Brava, tendo como oradores o 'anfitrião' Ricardo Nascimento e os quatro presidentes de Junta de Freguesia do concelho. Moderado pelo director Geral Editorial da EDN e director do DIÁRIO, Ricardo Miguel Oliveira, a iniciativa insere-se nas comemorações da Freguesia da Ribeira Brava.
Por ser uma autarquia “pequena”, na Serra de Água a comunicação privilegiada continuação a ser o contacto directo com os fregueses.
“A comunicação que nós utilizamos maioritariamente e preferencialmente é presencial”, revelou Albertina Ferreira, a presidente da Junta de Freguesia local. E não vê necessidade de alterar o padrão, apesar de lamentar que a freguesia, normalmente, só seja notícia quando há desgraça. Apontou o exemplo dos últimos incêndios para justificar a afirmação: “Às vezes é melhor que não falem muito da freguesia. É bom sinal que não falem muito”, concluiu.
Na conversa sobre ‘Poder Local e Comunicação’, assumiu mágoa por ter sido vítima, no início do mandato, “de notícia que era mentira”. Ainda assim reconhece que a comunicação social “é imprescindível” porque “a informação é importante quando é com verdade”, sublinhou.
Também Inácio Corte, presidente da Junta de Freguesia da Tabua, justificou a pouca comunicação pelo facto de a freguesia ser “bastante pequena” e as actividades serem proporcionalmente limitadas para justificar serem notícia. Alguma informação nas redes sociais chega e basta para a autarquia com reduzidos meios. O autarca tabuense ainda assim enaltece o “papel fundamental” da comunicação social e elogia o projecto DIÁRIO das Freguesias, como “oportunidade para as freguesias mais pequenas divulgarem aquilo que fazem”.
David Sousa, presidente da Junta de Freguesia de Campanário, destacou a importância da informação na democracia, assente em três pilares: “Transparência, idoneidade e verdade”.
Reconheceu o DIÁRIO das Freguesias como “uma mais-valia” que “facilita a divulgação da informação” das localidades, embora sugira mais espaço na edição em papel dedicado às Freguesias.
Ciente que a informação “é cada vez mais mediatizada” com a propagação nas redes sociais, o autarca advertiu para os riscos da “informação paralela” e dos “especialistas” que dão opinião em tudo. Deixou ainda recado aos seus homólogos que pessoalizam a comunicação institucional. “Tudo o que roça na promoção do indivíduo em vez de promover o trabalho, acaba por cansar e as pessoas vão-se desligando”, advertiu.
O promotor da ‘Conversa’, o presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Brava, também revelou ter queixas da comunicação social por quase ter sido queimado “em lume brando” numa polémica que envolveu a Junta em 2018.
Refeito desse período conturbado, Marco Martins garante ter “uma excelente relação com a comunicação social”, também por reconhecer que “a informação é vital”. Embora também tenha dito que “a má informação é aquela que tem relevo porque é aquela que vende”. O autarca independente considerou ainda “uma aposta totalmente ganha” o projecto DIÁRIO das Freguesias, embora, em tom de critica, tenha denunciado o que classificou de “narcisismo de alguns colegas”, apontou. De resto, esclareceu a presença de Ricardo Nascimento – presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava com mandato suspenso por ser candidato nas ‘Regionais’ – por ter sido convidado antes da queda do Governo. Justificou ainda a escolha para a Conversa dos líderes do poder local, com a garantia: “somos tão bons ou melhor do que outros”.
Ricardo Nascimento falou de uma comunicação que “tem melhorado” e do “bom relacionamento” que mantém com os diversos órgãos de comunicação, mas também fez notar que “agora estamos num momento que começa a ser complicado”, referindo-se às redes sociais e à “pluralidade de informação e divulgação que precisa ter mais atenção”.
Ciente que a comunicação social “é imprescindível” num sistema democrático, assumiu preocupação com a cada vez mais difícil sobrevivência dos órgãos de informação e com a sobrecarga que deixa os “jornalistas sem tempo” para poderem prestar “uma melhor informação aos leitores”, apontou.