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Feira do Livro do Funchal associa-se aos 500 anos de Camões

Investimento da Câmara no evento que acontece entre 28 de Março e 6 de Abril ronda os 150 mil euros

Na apresentação da edição deste ano da Feira do Livro do Funchal, Cristina Pedra destacou, entre outros aspectos, a aposta do evento na sustentabilidade, salientando o crescimento do certame. 
Na apresentação da edição deste ano da Feira do Livro do Funchal, Cristina Pedra destacou, entre outros aspectos, a aposta do evento na sustentabilidade, salientando o crescimento do certame. , Foto ML

Cabral do Nascimento, Ana Margarida Falcão e Irene Lucília de Andrade serão homeneados na Feira do Livro deste ano.

A 51.ª edição da Feira do Livro do Funchal, que acontece entre 28 de Março e 6 de Abril, associa-se aos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, um dos poetas maiores da literatura portuguesa, juntando-se-lhe a mitologia insular na temática. No conjunto de homenagens entram, também, Ana Margarida Falcão, Cabral do Nascimento e Irene Lucília de Andrade.

E foi de livros e de livreiros que falou Cristina Pedra esta tarde, no Teatro Baltazar Dias, no decorrer da apresentação deste que é um dos principais e mais antigos eventos culturais da Região.

“Ler é uma forma de nos educarmos e de nos desenvolvermos”, afirmou a presidente da Câmara Municipal do Funchal, vincando a adesão a este projecto de “todos os que estão com os livros”.

Cristina Pedra, além de notar a aposta que o município tem feito na cultura, deu conta de que, na edição deste ano da Feira do Livro, serão lançados 11 livros (mais um do que no ano passado) e estarão presentes 33 editoras, livreiros ou alfarrabistas, mais sete (20%) do que na edição do ano passado. Neste particular, nota para a parceria com uma editora açoriana e com a Biblioteca Nacional de Cabo Verde.

O certame que contará com a presença do professor catedrático e camonista José Bernardes, comissário para as comemorações dos 500 anos de Camões, e de Germano de Almeida, autor cabo-verdiano e vencedor do Prémio Camões, fica marcado, também, pelo retomar do colóquio sobre a literatura madeirense que, até 2009, esteve associado à Feira do Livro do Funchal. Um momento que, como notou Cristina Pedra, servirá à reflexão e ao debate em torno da literatura marcadamente de produção regional.

No total, teremos 34 stands ao longo da Placa Central da Avenida Arriaga, entre o Teatro e a Sé do Funchal, um dos espaços que servirá de palco às mais de 100 actividades que vão acontecer nos 10 dias de feira, envolvendo cerca de 250 artistas, autores, animadores e autores. Juntam-se outros palcos, como o Museu Henrique e Francisco Franco, a Biblioteca Municipal do Funchal ou o Museu Cidade do Açúcar. O espaço infanto-juvenil volta a ser o local onde a realidade e o imaginário se fundem, fusão que também serviu de mote para a instalação artística de Fabian Conteras, ‘Navegantes do Imaginário’, uma verdadeira carta de navegação especial, conforme o próprio autor vincou na apresentação desta 51.ª Feira do Livro do Funchal. Conte com outras oito instalações artística nesta evento.

A edição deste ano conta, também, com o trabalho do projecto ‘Trégua’, materializado em sacos ‘upcycling’, feitos a partir de lonas promocionais de outras edições da Feira do Livro, como explicou Cristiana de Sousa.

Estes sacos, de edição limitada e que serão oferecidos a quem realizar uma compra de valor superior a 30 euros, foram costurados e serigrafados por oito mulheres que estão privadas da liberdade no Estabelecimento Prisional do Funchal, e marcam, de forma mais visível, a ligação deste evento à sustentabilidade. A abolição das garrafas de plástico são outra marca desta Feira do Livro, tendo sido produzida, inclusive, uma garrafa reutilizável alusiva ao evento.

Nesta apresentação esteve, também, Teresa Nascimento. A investigadora do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos e professora da Universidade da Madeira tem colaborado com a organização da Feira do Livro no que concerne aos conteúdos e à temática camoniana. Nas curtas palavras que dirigiu aos presentes, onde não faltavam muitos agentes culturais, a camonista lamentou o pouco envolvimento de outras entidades regionais nas celebrações dos 500 anos de Camões, enaltecendo, por isso, o papel da Câmara do Funchal e do seu Departamento de Cultura, que aceitou o desafio que a investigadora lançou no ano passado.

Mas, além de Camões, esta Feira do Livro servirá, também, para homenagear três escritores madeirenses. Cabral do Nascimento e Ana Margarida Falcão, ambos já falecidos, aos quais se junta Irene Lucília de Andrade, que tem marcado a contemporaneidade literária regional com as suas criações literárias, marcadamente poéticas.

O agradecimento antecipado pela homenagem veio através das palavras de Sandro Nóbrega, um dos autores de um dos livros que será editado na Feira deste ano – ‘Da Irene, com Amor’, e que tem, precisamente, por tema aquela poetisa madeirense, que serviu de inspiração a um dos espectáculo que subiram à cena no ‘Baltazar Dias’, no ano passado.