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Cristiano Ronaldo Madeira

A carreira de Cristiano Ronaldo esteve em risco por causa de um problema cardíaco?

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Esta quarta-feira, Cristiano Ronaldo assinala um marco importante na sua vida, celebrando o seu 40.º aniversário. Com uma trajectória que o consagrou como um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, o craque madeirense continua em plena actividade e a ser uma referência global no futebol e no desporto em geral.

Ao longo da sua carreira, que inclui passagens por alguns dos maiores clubes do Mundo e uma impressionante colecção de títulos e recordes, foram raras as vezes em que o astro português se lesionou de forma grave, o que contribuiu para esta sua longevidade ao mais alto nível no desporto rei, algo que vem desafiando as expectativas de muitos.

No entanto, em tempos, falou-se que, em determinado momento, a carreira de Cristiano Ronaldo esteve em risco devido a um problema cardíaco. Será que essas afirmações têm fundamento?

Somando já mais de duas décadas de alta intensidade nos maiores e melhores palcos futebolísticos do Mundo, o madeirense apresentou sempre uma incrível capacidade de recuperação, entregando-lhe o título de um dos atletas mais bem preparados a nível físico. A sua disciplina e o cuidado com o corpo, uma das suas imagens de marca, têm sido apontadas por diversos especialistas como peças-chave para minimizarem as lesões e para prolongarem esta sua carreira de sucesso.

Ronaldo sempre trabalhou além do exigido a um futebolista

O antigo médico da seleção portuguesa Henrique Jones considerou que Cristiano Ronaldo, que cumpre hoje 40 anos, sempre privilegiou o trabalho extracampo e que foi sempre além do exigido a um futebolista profissional.

Mas, um problema cardíaco que o afectou ainda em tenra idade, podia ter colocado um ponto final no seu percurso desportivo antes mesmo de alcançar a grandiosidade que hoje é reconhecida mundialmente.

A situação remonta a 17 de Outubro de 1999, quando ainda dava os seus primeiros passos nas camadas jovens do Sporting. Durante uma partida do campeonato nacional de iniciados, contra o Casa Pia, Ronaldo começou a sentir-se mal em campo. À passagem dos 30 minutos, o árbitro parou o jogo, e o jovem foi rapidamente assistido e substituído. Em causa estava um princípio de taquicardia, uma vez que o seu coração estava a bater de forma irregular e acelerada. "O pulso do Ronaldo estava rápido demais e foi preciso uma injecção para suster a taquicardia. Mais tarde, soube-se que o problema era grave e congénito, porque o músculo do coração funcionava em duplicado. Ou seja, batia muito depressa", revelou, em tempos, numa entrevista, José do Carmo Francisco, jornalista do Jornal Sporting.

Também há uns anos, durante uma passagem do seu livro 'Mãe Coragem', Dolores Aveiro abordou a situação que ocorreu com o seu filho, quando este tinha apenas 14 anos. "Um telefonema de um médico do Sporting deixou-me gelada. As minhas pernas enfraqueceram. O meu filho teve um problema. 'É muito cedo para um diagnóstico definitivo, mas o seu filho pode não voltar a jogar futebol', foi o que me disseram", revelou, acrescentando também outros pormenores numa anterior entrevista ao jornal inglês 'The Sun'.

"Os batimentos dele ficavam muito elevados quando fazia esforço. O Sporting fez-me assinar alguns papéis para que ele fosse operado em Lisboa. Fiquei muito assustada, pois não sabia o que ele tinha e temi que ele não pudesse mais jogar futebol. Porém, o tratamento correu muito bem e ele conseguiu voltar a praticar", afirmou.

Mas se dúvidas existissem, nesta quarta-feira, através de uma transmissão especial do Canal 11, a assinalar o 40.º aniversário do atleta, Aurélio Pereira, o "caçador de talentos" que descobriu o madeirense, em 1997, a alinhar no CD Nacional, fez questão de também recordar esse episódio, que deixou "todos preocupados".

"Foi detectado que ele tinha um problema congénito e ele tinha de deixar de jogar (...) Assustou-nos imenso, mas o assunto foi ultrapassado com ele a fazer um cateterismo [procedimento médico que serve para desentupir uma artéria] - e, pronto, ficou tudo bem" Aurélio Pereira, antigo responsável pelo scouting do Sporting

Confira o excerto da entrevista de Aurélio Pereira, concedida ao jornalista Alexandre Afonso, do Canal 11:

"Foi-lhe detectado um problema congênito e ele não podia estar a jogar"