Fugir às responsabilidades

Quando Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional em funções de gestão, se demite de intervir nas questões salariais da hotelaria e da restauração, existindo negociações de contratos coletivos em curso, presume-se que está mal-informado, se não estiver de má-fé.

Os meios de intervenção governamental nos conflitos coletivos de trabalho, da conciliação, passando pela mediação, arbitragem e, em última análise, pela decisão administrativa, não se encontram paralisados pelo regime constitucional dos governos de gestão e permitiriam uma ação conciliatória que permitisse a solução em concertação dos conflitos laborais verificados nos setores da hotelaria e da restauração. Para mais, tratando-se de setores que, pela sua importância económica, exigem atenção especial.

Fugir a essa responsabilidade, significa tão-só que Albuquerque, na sua agonia, desistiu de governar. E mais uma vez não se percebe porque, “cadáver adiado”, se apresenta novamente a eleições.

João Cristiano Loja