Sancho Gomes destaca "diversidade cultural e biológica" da população madeirense
O director Regional das Comunidades e Cooperação Externa, Sancho Gomes, esteve presente esta quarta-feira, 26 de Fevereiro, na Escola Secundária de Francisco Franco, para participar numa conferência que assinala os '50 Anos da Descolonização Portuguesa'.
O evento, promovido pelo estabelecimento de ensino secundário, visou relembrar aquele que foi o maior movimento de repatriamento da história de Portugal e um dos mais expressivos na Europa em contexto de migrações pós-coloniais.
Durante a sua intervenção, Sancho Gomes sublinhou a importância de envolver os alunos nesta reflexão histórica, destacando que "é fundamental conhecer a história para compreendermos o presente, mas essencialmente para projetarmos o futuro". O director Regional frisou que, apesar de terem passado cinco décadas sobre a descolonização, esta é uma temática ainda pouco conhecida por muitos jovens.
Sancho Gomes relembrou que a Madeira se encontra num ciclo histórico particularmente marcante, tendo celebrado no ano passado os 50 anos do 25 de Abril, assinalando este ano o processo de descolonização e, em 2026, a instauração da Autonomia. "São três efemérides muito importantes para nós enquanto povo, para o presente que temos vindo a construir nos últimos 50 anos e para aquilo que será o nosso futuro", afirmou.
O director Regional destacou ainda a vocação histórica da Madeira para a diversidade e a abertura ao mundo, sublinhando que "o porto do Funchal era o último porto à saída da Europa e o primeiro porto à chegada da Europa". Referiu que a população madeirense é fruto desta diversidade cultural e biológica, algo que constitui um motivo de orgulho. "Vivemos num ambiente de pluralidade e diversidade, e é algo que o Governo Regional celebra e promove. Esta diversidade tanto nos enriquece", concluiu.
A descolonização portuguesa, culminou com o reconhecimento da independência das antigas Províncias Ultramarinas, e teve como consequência o regresso de meio milhão de refugiados portugueses ao país. Entre estes, estima-se que cerca de 8.000 tenham escolhido a Madeira como destino, representando 3,2% da população madeirense da época. DIREÇÃO REGIONAL DAS COMUNIDADES E COOPERAÇÃO EXTERNA
O evento contou com a participação de um painel diversificado de conferencistas que partilharam as suas experiências e reflexões sobre o tema, incluindo a poetisa são-tomense Olinda Beja, o advogado madeirense Ricardo Vieira, o veterano de guerra Capitão João Machado, a antiga ministra da Justiça e dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Antonieta Rosa Gomes, bem como as regressadas Sara Drumond (de Angola) e Conceição Gonçalves (de Moçambique).