Já ficou a olhar para um iogurte fora do prazo a pensar se podia comer ou não? Ou pacotes de massa, bolachas ou até farinha e sumos? Para evitar estas dúvidas, este Explicador esclarece o que significa cada tipo de data de validade e o que pode ou não comer após o prazo.
Importa saber que, dependendo do alimento e das suas características, pode ou não consumi-lo depois da data indicada na embalagem. Contudo, necessita de ter em conta o prazo de validade.
Este é um elemento essencial e que deve ser verificado antes do alimento ser consumido, no entanto, para que seja fiável, o produto deve ser conservado nas condições correctas não só na loja, mas também em casa.
A indicação da validade dos alimentos é obrigatória nos produtos pré-embalados. No caso de géneros alimentícios vendidos ao consumidor sem pré-embalagem ou embalados nos pontos de venda a pedido do comprador, esta indicação não é obrigatória por lei.
Os responsáveis por estabelecer a data de validade dos produtos são os produtores ou os fabricantes. Por isso, dois alimentos iguais produzidos na mesma altura, mas por diferentes produtores, podem ter diferentes prazos de validade.
Data limite e data de durabilidade mínima
Existem, segundo a lei, dois tipos de data de validade. Há alimentos com a data de durabilidade mínima, que se traduz pelas frases ‘consumir de preferência antes de…’ ou ‘consumir de preferência antes do fim de…’. Esta data aparece em bens alimentares pouco perecíveis e trata-se de um prazo máximo de garantia de qualidade. Quando ultrapassado, os alimentos podem ser consumidos em segurança.
Por outro lado existe data-limite de consumo, que está associado à frase ‘consumir até…’ e que é colocada em alimentos mais perecíveis e é um prazo máximo de garantia de qualidade. Quando ultrapassado, a segurança dos bens alimentícios não é garantida.
Que alimentos posso comer depois do prazo?
Não consumir depois do prazo
- Ovos – Deve evitar ultrapassar a data indicada pois são produtos delicados. É dos poucos alimentos cujo prazo de validade está estipulado, por lei, em 28 dias depois da postura.
- Frutas e legumes a granel – Não têm data de validade, mas devem ser consumidos dentro de poucos dias, sob pena de se estragarem. Por exemplo, os morangos, as uvas ou os tomates podem durar apenas alguns dias.
- Iogurtes – Devem ser consumidos até ao prazo de validade. Depois disso, podem não ser seguros para a saúde. Embora o iogurte contenha bactérias benéficas, com o tempo, podem desenvolver-se microrganismos prejudiciais.
- Queijo fresco – Coma-os antes que o prazo de validade termine. São alimentos que se estragam rapidamente e devem ser descartados se tiverem bolor, se a embalagem inchar ou se o seu sabor for ácido ou amargo.
- Peixe, carne e marisco frescos – Devem ser consumidos de uma três dias depois de serem comprados. Coloque-os na prateleira mais fria do frigorífico. Se sabe que não os vai consumir dentro de um a três dias, no máximo, congele-os.
Pode consumir depois do prazo
Leite UHT – Pode ser consumido depois do prazo de validade. Porém, depois de aberto, deve ser guardado no frigorífico e bebido em três ou quatro dias. Não consuma se estiver azedo. Já o leite pasteurizado deve ser consumido até à data de validade indicada, pois não tem um tratamento térmico tão eficaz como o leite UHT (processado em temperatura ultra-alta).
Enlatados por abrir - Não há problema se exceder o prazo. São produtos que passam por processos de esterilização e, como tal, duram muito tempo. Certifique-se de que a lata não está danificada. Depois de abertos, consuma o quanto antes.
Arroz e massa - Podem ser consumidos além da data indicada na embalagem, um a dois meses depois. Porém, verifique se têm insetos. Proteja estes produtos secos em potes herméticos, pois os insetos podem penetrar nas embalagens.
Bolachas - Podem ser consumidas um ou dois meses depois da data apresentada na embalagem. Não há risco para a saúde, mas podem perder a crocância.
Farinha - Pode ser consumida um ou dois meses após a data de validade. Porém, não deve ser utilizada se tiver mofo ou sentir o seu cheiro, se a embalagem não estiver intacta ou se aparecerem bichos.
Mel - Tem uma vida muito longa. Se cristalizar (fenómeno natural), pode devolvê-lo ao estado líquido, aquecendo-o em banho-maria. Evite temperaturas altas para não perder as propriedades.
Sumos ultrapasteurizados, refrigerantes e água engarrafada - Sumos ultrapasteurizados, refrigerantes e água engarrafada podem ser consumidos depois do prazo de validade. Porém, certifique-se de que estão armazenados num local adequado, e que não apresentam alterações de aspecto e sabor. Se for um sumo natural, deve consumi-lo no próprio dia.
Sal e açúcar- Não têm prazo de validade. O sal de cozinha, os açúcares no estado sólido, os produtos de confeitaria feitos de açúcares aromatizados e/ou coloridos e as pastilhas elásticas, pela sua composição, são menos suscetíveis de se degradarem.
Especiarias - Podem ser utilizadas na comida meses após a data de durabilidade mínima (três a quatro meses). Porém, quanto mais velhas ficam, menos contribuição podem dar ao aroma e ao sabor dos alimentos.
Molhos por abrir - Podem ser consumidos alguns meses após o prazo de validade indicado (dois a três meses). Se já os tiver aberto, normalmente, deve comê-los no prazo de um mês (consulte esta informação na embalagem). No entanto, têm de estar bem fechados, armazenados na temperatura certa e não podem apresentar mofo ou cheiro desagradável.
Tenha ainda em atenção:
- Para a maior parte dos alimentos os prazos de validade só são válidos enquanto a embalagem estiver fechada. Uma vez aberta, o alimento pode ter de ser consumido rapidamente. Entre os exemplos mais flagrantes estão as conservas. Estas podem durar anos quando estão fechadas. E, desde que as latas não estejam danificadas, pode consumi-las depois do prazo de validade passar. No entanto, ao abrir a lata deve consumir no espaço de um a dois dias, pois tornou-se num alimento perecível, exposto a microrganismos;
- Quando compra alimentos em excesso, como carne, legumes ou o pão, pode congelar.