"É tempo de ensaiar outras soluções governativas na Madeira", diz politóloga
Teresa Ruel defendeu, hoje, a reabilitação do sistema político na Madeira, durante a sua intervenção nos Estados Gerais do PS. A politóloga considerou “intrigante” o facto de, em 48 anos, não ter havido alternância governativa.
A professora auxiliar de Ciência Política na Universidade Lusófona, com larga experiência na investigação sobre o sistema partidário madeirense, evidenciou também que, nos últimos dois anos, o sistema político na Madeira produziu "um bloqueio institucional". “Entraram novos actores políticos, novos partidos ganharam representação política, mas o facto de existir multiplicidade de partidos não tem conseguido trazer a governabilidade expectável”, observou.
De acordo com Teresa Ruel, o" PSD não consegue governar com as soluções que tem encontrado, seja de coligação, ou coligação e com apoio parlamentar, porque a dinâmica na Assembleia se transformou". “Não conseguimos usar a mesma receita esperando resultados diferentes”, constatou.
A politóloga deixou ainda críticas à não aplicação da nova Lei Eleitoral, aos "vícios" do sistema político e ao estatuto Político-Administrativo anacrónico.
No final, o coordenador dos Estados Gerais, Gonçalo Leite Velho, fez uma súmula das medidas e soluções que foram debatidas nas duas sessões, salientando que “é o PS que nos pode conduzir para fora deste horizonte curto de instabilidade”.
Os Estados Gerais do PS decorrem, este sábado, 15 de Fevereiro, no Hotel Meliã, no Funchal. São dedicados ao Social, com particular destaque para as áreas da saúde, habitação e desafio demográfico, mas também a realidade política regional. Contam como oradores convidados com o médico psiquiatra Daniel Neto, o arquitecto Bruno Martins e o sociólogo Eduardo Fernandes (a par de Teresa Ruel).