2 em cada 3 jovens madeirenses já viveu violência no namoro
Dados dizem respeito a um estudo realizado em diversas escolas da Região
Dois em cada três jovens madeirenses que participaram no Estudo Nacional da Violência no Namoro 2025, diz já ter sido vivido actos de violência no namoro.
Dos 491 participantes inquiridos em diversas escolas da Região, entre os 12 e os 18 anos, 64,6% admitiram já ter experienciado pelo menos um dos indicadores de vitimação questionados.
Os dados, divulgados hoje pela União de Mulheres Alternativa e Resposta - Madeira (UMAR) revelam que a forma mais comum de vitimização é o controlo, afectando 50% dos jovens. Em seguida, aparecem a violência psicológica (38,4%), a perseguição (21,5%), a violência através das redes sociais (19,9%), a violência sexual (14,02%) e, por último, a violência física (12,6%).
67% dos jovens madeirenses legitimam pelo menos um tipo de violência no namoro
Mais de 66% dos jovens madeirenses legítima pelo menos um tipo de violência no namoro. Do total dos 491 inquiridos neste estudo, 327 participantes indicaram não considerar violência no namoro pelo menos um dos comportamentos questionados.
De referir que, com a excepção da violência física, o estudo nota maiores percentagens nos indicadores de vitimação entre jovens que se identificam com o género feminino (54,7%), em comparação com o género masculino (42,5%). Por sua vez, as pessoas que se identificaram com outros géneros (66,7%) reportaram, em geral, percentagens mais elevadas no que respeita aos indicadores de vitimação, o que leva a uma importante reflexão sobre as experiências de violência vividas por grupos sociais com características identitárias não normativas.
"O combate deste flagelo social revela-se imprescindível, sendo a prevenção primária, realizada em contexto escolar, considerada a forma mais eficaz de erradicar a violência. Assim, é primordial que equipas técnicas especializadas actuem, através de uma pedagogia holística, sistemática, continuada e adaptada às idades, na conscientização de crianças e jovens para uma reflexão colectiva dos riscos de viverem relações abusivas", referiu Joana Martins, responsável da UMAR Madeira.